São Paulo, sábado, 25 de outubro de 1997
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Oposição tem vantagem de 10 pontos

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

A oposição ao governo do presidente Carlos Menem levará vantagem de cerca de 10 pontos percentuais sobre o partido situacionista (Justicialista) nas eleições legislativas de amanhã.
É o que indicam as mais recentes pesquisas de intenção de voto, as últimas cuja divulgação é permitida pela lei. Mas os governistas ainda poderão salvar a face, porque as mesmas pesquisas indicam ou vantagem dos peronistas ou empate técnico na Província de Buenos Aires, a de maior eleitorado.
Nessa Província, que não inclui a capital, votam 8,681 milhões de eleitores (37,45% do total de 23,177 milhões).
É nela que joga suas ambições presidenciais o atual governador, o peronista Eduardo Duhalde, que impôs como cabeça de chapa sua própria mulher, Hilda "Chiche" Duhalde, virgem em eleições.
Nas diferentes pesquisas ontem publicadas, "Chiche" leva uma vantagem máxima de 6,5 pontos percentuais sobre a senadora Graziela Fernández Meijide, cabeça de lista da Aliança.
Formada em agosto, a Aliança é composta pela Frepaso (Frente País Solidário), um conglomerado basicamente de peronistas dissidentes, e pela UCR (União Cívica Radical), o mais tradicional partido argentino.
Mas há também pesquisas que dão a "Chiche" vantagem de só um ponto percentual, dentro da margem de erro, o que caracteriza empate estatístico.
Se as urnas confirmarem as pesquisas, a vitória oposicionista representará a perda da maioria absoluta que hoje tem o presidente (133 dos 257 deputados).
Mas o partido do governo ainda terá a maioria relativa, já que estão em jogo apenas 127 cadeiras (a cada dois anos, a Argentina renova cerca de metade de sua Câmara).
Rosendo Fraga, que dirige o Centro de Estudos União para a Nova Maioria, calcula que a bancada governista se reduzirá de 133 para um mínimo de 121 e um máximo de 126 deputados.
Já a oposição pulará dos seus atuais 90 deputados para entre 100 e 103. As outras cadeiras são de partidos pequenos ou regionais.
Se as pesquisas se confirmarem, será a primeira derrota do peronismo desde que Menem assumiu a Presidência, em 1989.
(CR)

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