São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997 |
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Hipermercado prejudica trânsito, diz associação
PAULO PEIXOTO
Mesmo dizendo-se favoráveis ao hipermercado, os moradores criticam a prefeitura por não ter exigido o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) para a construção. O projeto do hipermercado foi aprovado em abril deste ano pelo Comam (Conselho Municipal do Meio Ambiente), formado por representantes da sociedade e do poder público municipal. Os moradores temem os transtornos que serão provocados pelo trânsito. O Carrefour Pampulha deve atrair cerca de 5.500 carros por dia. O caso foi parar no Ministério Público. A Associação de Defesa dos Usuários, Consumidores e Contribuintes de Minas Gerais impetrou uma representação contra a prefeitura contestando a não-exigência do Rima. Entendimento Depois de muitas reuniões e audiências públicas reunindo moradores, Carrefour, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e BHTrans (empresa que gerencia o transporte e o trânsito na capital mineira), espera-se agora o entendimento em relação a um projeto comum de trânsito para a região. Paulo Lott, secretário do Meio Ambiente, disse que o projeto do Carrefour é anterior à lei municipal 7.277, de janeiro deste ano, e por isso o Rima não foi exigido. Entretanto, ele afirma que o fato de o projeto ter sido aprovado pelo Comam significa que todas as exigências da lei foram cumpridas. O Comam ressalvou a concessão da licença de operação ao exame do projeto viário, segundo Lott. O projeto inicial está sendo revisto. Trabalham nele uma empresa contratada pelo Carrefour, um engenheiro contratado pelos moradores e também a BHTrans. Ilma Abreu, presidente da associação, isenta o Carrefour de culpa nos erros do licenciamento. "O Carrefour cumpriu o que foi pedido a ele, embora não tenha discutido a questão com a comunidade." O Carrefour, por meio da sua assessoria de imprensa, nega que tenha deixado de discutir a questão com os moradores. A empresa diz que sempre trabalhou em conjunto com a comunidade. Para compensar a retirada das árvores que estavam na área onde está sendo construído o hipermercado -muitas delas foram transplantadas-, o Carrefour está plantando 10 mil árvores e ainda doando à comunidade uma área de 8.500 m2 para a construção de uma praça. O Carrefour vai também doar uma área de 1.300 metros para que a avenida Carlos Luz, que dá acesso à Pampulha, seja alargada. A empresa garante que o hipermercado não prejudicará o trânsito. Apesar dessas providências, a associação mantém a disposição de exigir o Rima e aguarda uma resposta do Ministério Público. Texto Anterior: Sambódromo gera protestos Próximo Texto: Setor de transporte admite culpa por crise Índice |
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