São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Perfil do emprego muda no ABCD

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A região do ABCD, que concentra as principais montadoras do país, registrou decréscimo no número de vagas de emprego nas indústrias e aumento de ofertas na área de serviços.
Levantamento da subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, mostra que em janeiro de 1990 a indústria concentrava 357.466 vagas e os serviços 147.996.
Em 1996, as indústrias fecharam o ano com 256.694 vagas (diminuição de 100.772 vagas) e o setor de serviços, 157.067 (aumento de 9.071).
"O processo de demissão nas indústrias se acelerou depois do Plano Real (em 94), que mexeu no setor automotivo", disse o economista Jefferson José da Conceição, do Dieese.
Segundo ele, em 1994 havia cerca de 145 mil metalúrgicos na base do sindicato. Hoje são 117.700.
O economista aponta a reestruturação produtiva, a terceirização e a Medida Provisória do setor automotivo (que baixou a alíquota de importação de autopeças de 60% para 2%) como alguns dos fatores que contribuíram para o aumento da taxa de desemprego.
"Essa medida provisória mexeu na estrutura automotiva. Um carro hoje pode ser quase totalmente produzido com produtos importados", disse. As indústrias de autopeças são as que mais sofreram com as demissões.
Segundo o Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior), que realiza duas vezes por ano uma pesquisa socioeconômica em Santo André, São Bernardo e São Caetano, a taxa de desocupação (pessoas que não estão empregadas) da região era, em setembro de 1996, de 10,2%. "O ABC já passou por momentos mais críticos", disse Maria do Carmo Romeiro, coordenadora de pesquisas do Imes.
Segundo ela, em fevereiro de 1993 essa taxa chegou a 16,6% e, em agosto do mesmo ano, a 14,1%.
Em 91, 44,2% da População Economicamente Ativa dos três municípios trabalhava em indústrias, 12,4% em comércio e 43,4% em serviços. Seis anos depois, o índice na indústria caiu para 30,3%. O comércio aumentou para 19,4% e o setor de serviços para 50,3%.

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