São Paulo, domingo, 26 de outubro de 1997
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Dinheiro parado; Devagar, devagarzinho; Agora, vai; Batata quente; Reação alucinada; Mais dinheiro; Cobertor de pobre; Nova locomotiva; Divisão do juro; Na liderança; Pedra no caminho; Mudança de rota; Das duas, uma; Sob pressão; Sem exclusão; Sinal dos tempos

DAS DUAS, UMA

Dinheiro parado
O Proger, uma das prioridades do plano "Brasil em Ação", está emperrado por falta de definição de regras internas do Banco do Brasil que possibilitem a liberação dos recursos. São R$ 130 milhões que chegaram ao banco no dia 18 e permanecem lá até hoje.

Devagar, devagarzinho
Só para sair do Codefat e chegar ao BB, os R$ 130 milhões demoraram quatro meses. "É um absurdo! A Força Sindical tem mais de 5.000 pessoas cadastradas no Proger e não conseguimos liberar os recursos mesmo quando o gerente de uma agência do BB se esforça", diz Luiz Antônio de Medeiros, da Força Sindical.

Agora, vai
O diretor do BB, Ricardo Conceição, diz que os recursos começarão a ser liberados nesta semana.

Batata quente
Pesquisa do Ipea, feita a pedido de Ruth Cardoso, diz que o BB não tem estrutura nos grandes centros urbanos para dar conta do Proger. Mas a Caixa Econômica Federal não assumiu a tarefa. Muito menos os bancos privados.

Reação alucinada
As ações PN do Banespa acumulam valorização de 228,81%, deflacionada pelo IGP-M, da intervenção do BC até o fechamento de quinta-feira, diz a Economática. O Ibovespa teve alta de 105,15% no período. Detalhe: até abril, as ações do banco só caíram.

Mais dinheiro
Segundo estima o mercado, a captação do Banespa cresceu 20% em termos reais da intervenção (dezembro de 94) até hoje.

Cobertor de pobre
Para evitar a deterioração das contas externas, a economia do Brasil não pode crescer mais do que 2% e, com isso, cresce o desemprego, diz o JP Morgan.

Nova locomotiva
Para conter o aumento do desemprego, calcula o JP Morgan, o crescimento teria de ser de 4% ou mais, mas isso provocaria estouro no déficit externo. A saída: ganhar competitividade e fazer o setor exportador puxar o crescimento.

Divisão do juro
Está aberta a temporada de apostas no mercado financeiro para o tamanho das taxas de juros no início do próximo ano. Os baixistas projetam TBC de 19%: os demais, de 20,5%.

Na liderança
As seguradoras bateram os bancos em rentabilidade, 18% contra 16%, revela a Austin Asis. No primeiro semestre de 94, as seguradoras registraram 11% de rentabilidade, contra 15% dos bancos.

Pedra no caminho
Erivelto Rodrigues, da Austin Asis, ressalva: o índice de sinistralidade está subindo. Foi de 65% em 95, de 75,1% em 96 e chegou a 78,4% no primeiro semestre de 97.

Mudança de rota
Agora, se cai o juro pago pelos títulos de 30 anos nos EUA, é sinal de que as Bolsas vão cair. A queda das taxas é vista como o resultado da migração de aplicações de maior risco (ações e países emergentes) para as de menor risco.

Como se mantém a perspectiva de que o Fed vá subir os juros nos EUA, há divergência entre os analistas sobre se o movimento de busca por menor risco é pontual (esgota-se quando a crise for contornada) ou uma nova tendência.

Sob pressão
Na quinta e sexta-feiras, os fundos de "hegde" venderam títulos da dívida externa brasileira, fizeram operações de "swap" e compraram dólares no mercado futuro. Não houve um ataque contra o real, mas a defesa passou a marcar no meio-campo.

Sem exclusão
Paulo Sckaf deixou escapar em reunião dos "independentes", no Centro Têxtil, que no seu grupo não haveria discriminação. Todos os mais de 30 presentes teriam direito a um lugar na chapa a ser negociada para a sucessão na Fiesp.

Sinal dos tempos
Após a venda da Pincéis Tigre para a Tigre Tubos e Conexões, Nicolau Jacob Neto foi recebido com uma salva da palmas no bar da Fiesp. Na maior federação da indústria do país, quem vende bem sua empresa é um vencedor.

E-mail: painelsa@uol.com.br

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