São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997
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Motta diz que quadro eleitoral é "tedioso"

DO ENVIADO ESPECIAL A PIRENÓPOLIS

O clima de campanha em Pirenópolis começou no sábado à noite, antes da chegada de FHC. O ministro Sérgio Motta (Comunicações) transformou o altar da igreja de Nossa Senhora do Rosário em palanque para defender o governo.
A igreja está sendo restaurada com recursos da Telebrás. Motta e Francisco Weffort (Cultura) participaram da cerimônia de entrega da primeira fase da obra. Motta citou o nome de cada vereador da cidade no início de seu discurso.
"Orgulho-me de estar no governo e ser de um partido que tem o presidente e governadores que constituem mais de 90% do PIB brasileiro. Desculpem-me os outros partidos, mas agora vamos procurar conquistar a maioria dos Estados."
Ele elogiou o povo "forte" de Pirenópolis e prometeu recursos para a reforma do prédio da Câmara de Vereadores.
Para Sérgio Motta, o governo brasileiro caminha para "restaurar a herança social maldita herdada de um processo de colonização equivocada".
Tédio
Em entrevista, o ministro classificou como "tedioso" o atual quadro eleitoral. Motta afirmou que o governo vai bem e ironizou a divisão das oposições.
"Discutir problemas eleitorais é com a oposição. Você vai formar uma minifrente, uma 'miniminifrente'. Parece que eles estão com dificuldades."
O ministro cobrou do PMDB o apoio à candidatura do presidente Fernando Henrique Cardoso. "O PMDB tem de se decidir se terá candidato. Se eles tiverem candidato, têm de sair do governo."
Ontem, FHC desautorizou Motta. "Quem decide quem sai ou quem entra (no governo) sou eu. Os ministros não estão aí para me apoiar, mas para fazer o que é bom para o país."
O presidente disse que espera o apoio do PMDB. "É preciso que haja um esforço para esse congraçamento. Espero que o PMDB tenha, no ano que vem, uma posição bastante sólida junto ao governo."
Questionado se, como Motta, iria dar palpites na reforma da igreja, Fernando Henrique respondeu rindo que não faz como o ministro, "que mete o bedelho no que não entende".

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