São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 1997
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Monopólio da carteira é ameaçado

MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal Jaques Wagner (PT-BA) quer acabar com o monopólio da UNE sobre a meia-entrada. Seu projeto de lei estende a meia-entrada para todos os que têm até 21 anos, como acontece na França. A UNE ficaria restrita a estudantes com mais de 21.
"O monopólio da UNE é segregacionista. As pessoas mais simples estão fora da escola e não têm esse direito", diz o deputado.
Wagner diz que o objetivo de seu projeto não é esvaziar os cofres da UNE -ele é do PT, partido de oposição ao PC do B, que detém um virtual monopólio sobre a presidência da UNE.
Hoje, as carteiras que dão direito à meia-entrada em cinemas e shows rendem cerca de R$ 1 milhão por ano à UNE. Em 1992, quando não havia a carteirinha, a entidade sobrevivia com um décimo desse valor -R$ 100 mil.
"Se o fim do monopólio sobre a meia-entrada abater a UNE, é melhor ela repensar o seu papel", diz.
Wagner afirma que a intenção de seu projeto é fazer com que mais jovens tenham acesso a filmes, shows e concertos. Diz saber que os empresários vão repassar esse custo para o preço dos ingressos, mas acha a medida correta: "É justo os mais velhos pagarem pelos mais jovens porque o jovem está num período de formação".
Ricardo Capelli, presidente da UNE, reconhece que o projeto provocará um baque nas finanças da UNE se for aprovado, mas diz que ainda não tem uma posição sobre a medida.
(MCC)

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