São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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Entenda o mecanismo da Bolsa de Valores

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Mercado de ações é mais complexo do que o de renda fixa, que rende juros mês a mês, como a poupança e o CDB. Se você é leigo no assunto, tire a seguir algumas de suas dúvidas.
O que é a Bolsa de Valores?
É uma sociedade civil sem fins lucrativos, formada por corretoras, que mantêm local apropriado para negócios com ações.
O que é uma corretora?
É uma instituição financeira estatal ou privada, ligada a um banco ou independente, que faz a intermediação na compra e venda de ações e pode participar do pregão (local dos negócios) na Bolsa.
Para que serve a Bolsa?
Centraliza as operações de compra e venda de ações, agiliza a troca de informações sobre preços, faz a liquidação de contratos etc.
O que é o Índice Bovespa?
Entre centenas de ações, as mais negociadas compõem um indicador de como se comporta o mercado. Hoje são 51 ações, cada uma com um "peso" no índice, medido em número de pontos. Há outros, como o IBX, e o Isenn e o FGV-100, na Bolsa do Rio. O principal em São Paulo é o Ibovespa.
O que é ação?
É um título que pode ser negociado e representa uma parcela do capital social de uma empresa.
Quais são os tipos de ações?
Os principais são as ações ON (ordinária nominativa, que dá direito a voto nas assembléias de acionistas), PN (preferencial nominativa, que tem prioridade no recebimento de dividendos), OP e PP (idem, mas ao portador).
O que é dividendo?
É a parcela dos lucros de uma empresa que são distribuídos aos acionistas em dinheiro.
As ações de um investidor podem subir se o índice cai?
Sim. A evolução de um índice reflete a média de várias ações.
Como aplicar na Bolsa?
Quem tem de R$ 100 mil para cima pode procurar uma corretora ou um banco para formar sua própria carteira de ações. A opção para os demais são os fundos.
Quando comprar? E vender?
Comprar na baixa e vender na alta é o melhor negócio possível. Difícil é saber qual o momento da maior baixa e da maior alta. Para isso existem profissionais do mercado e administradores de fundos. Em situações como a atual, de forte turbulência, até eles estão perdidos. O conselho para pequenos e médios investidores é que fiquem de fora, só olhando.
Qual a tendência da Bolsa? No curto, médio e longo prazos?
No curto prazo é uma incógnita, aqui e fora. Ainda podem ocorrer quedas. Mas as perspectivas a longo prazo no Brasil, olhando para os chamados fundamentos, são positivas, dizem os especialistas.
O que mais influencia a Bolsa?
No Brasil, em dias normais tem sido a privatização. A situação das contas externas também tem sua influência, porém mais negativa do que positiva hoje em dia. No exterior pesa bastante a perspectiva de lucro das empresas. Ontem, foi pânico mesmo, em toda parte.
Qual a relação entre a situação econômica e a Bolsa?
Não há uma relação direta, mesmo porque aqui o mercado é concentrado em ações de poucas empresas. Indiretamente há relação, pois, se o Real fracassar, por exemplo, não há Bolsa que resista. Uma recessão também influi porque o lucro das empresas pode cair.
Por que às vezes uma boa notícia derruba a Bolsa?
Porque a alta pode ter ocorrido antes, na expectativa da boa notícia. Quando ela se concretiza, muitos investidores vendem para "realizar lucro" em cima da alta anterior.
(GJC)

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