São Paulo, terça-feira, 28 de outubro de 1997
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Peso mexicano é desvalorizado em 7%

VANESSA ADACHI
DA CIDADE DO MÉXICO

A crise financeira iniciada em Hong Kong na semana passada bateu à porta dos mexicanos ontem.
Uma grande saída de capital estrangeiro sacudiu o mercado financeiro do México, provocando violenta queda do peso mexicano.
A moeda encerrou o dia com uma queda superior a 7%, cotada a 8,5 por dólar no mercado interbancário da Cidade do México.
A Bolsa do México fechou com queda de 13,34%, a maior desde outubro de 87. Em entrevista à televisão mexicana Canal 2, o presidente da Bolsa do México, Manuel Robleda, atribuiu a queda da moeda mexicana à saída de recursos do mercado acionário. Até ontem, antes da queda, a Bolsa do México acumulava alta de 36% neste ano.
Turistas que haviam comprado pesos no domingo por uma taxa de 7,7 por dólar já não encontravam essa taxa na segunda pela manhã.
Na abertura ao público, algumas casas de câmbio já pagavam 8 por dólar. No final do dia, as TVs mexicanas aconselhavam cuidado, pois algumas casas, aproveitando-se da necessidade dos turistas, já aplicavam taxa de 9 por dólar.
Embora o clima fosse tenso entre os operadores de mercado, a possibilidade de ataque especulativo contra a moeda local foi afastada.
"O peso caiu porque houve uma grande saída de recursos estrangeiros, apenas por isso. Não se pode comparar com o que aconteceu nos países asiáticos", disse o operador de câmbio do Bank of America do México, Ronald Russini.
"A saída de investidores do país provocou falta de liquidez de dólares. Não há dólares no mercado para vender", disse a operadora Pilar Cervera, do Mifel Grupo Financiero. Aparentemente, a maior fuga de capital estrangeiro aconteceu no mercado acionário e, em menor escala, nos mercados de renda fixa. Após o almoço, a Bolsa suspendeu o pregão por 30 minutos, numa tentativa de brecar a desvalorização. Nada adiantou.

A jornalista Vanessa Adachi viajou ao México a convite da Fenaseg.

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