São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997
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Lei veta novos cadastros de lotações em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

A Câmara Municipal aprovou ontem em segunda e definitiva votação o projeto que limita o serviço de lotação na cidade de São Paulo às 2.700 peruas já cadastradas.
Para virar lei, o projeto precisa ser sancionado pelo prefeito Celso Pitta (PPB), que tem 15 dias para se manifestar.
Os vereadores atenderam ao pedido do prefeito Celso Pitta e proibiram a regularização dos cerca de 1.200 perueiros com pedidos de legalização protocolados na Secretaria dos Transportes.
Ontem, Pitta disse que a cidade não tem condições de suportar um número maior de perueiros.
O projeto foi aprovado por 31 votos a 2. Houve 21 abstenções e uma ausência. Votaram contra os vereadores Salim Curiati Jr. e Dito Salim (ambos do PPB). Eles defendem a abertura de novos credenciamentos.
Os partidos de oposição (PT, PSDB, PC do B) e três vereadores da situação preferiram se abster. Eles defendiam um outro projeto que regulamentava o trabalho dos perueiros na cidade, permitindo novos credenciamentos.
Tudo igual
Na prática, o projeto não altera a situação anterior. Os regularizados continuam regularizados e os clandestinos vão permanecer na clandestinidade.
A única diferença legal é que nenhum novo credenciamento poderá ser efetuado. Mas isso também não é novidade, já que a prefeitura não emitia novos alvarás desde abril deste ano. Todos os pedidos foram negados.
No final da votação, os cerca de 80 perueiros que estavam na galeria começaram a protestar.
Eles querem a abertura de novos credenciamentos e ficaram irritados com a vereadora Maria Helena (PL), chamando-a de traidora.
Maria Helena mudou de lado em relação à primeira votação, realizada na semana passada, e votou com os vereadores da bancada governista.
No microfone, para a galeria, vários vereadores da situação disseram que o projeto não limita as regularizações. O texto do projeto, porém, não permite, explicitamente, novas regularizações
Esquecimento
"O prefeito Celso Pitta pode, na regulamentação, determinar novas regularizações", disse o vereador Wadih Mutran (PPB), que é presidente da Comissão de Justiça da Câmara Municipal.
Mutran, que votou junto com os vereadores da situação (contra a abertura de novos credenciamentos), disse que defendia justamente o contrário.
"Defendo novas regularizações. Esqueça como eu votei. Você me perguntou o que eu penso, mas eu voto com o governo", disse o vereador à reportagem da Folha.

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