São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997 |
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Clandestino diz que vai circular
RODRIGO VERGARA
"Quem é clandestino vai continuar clandestino e vai continuar trabalhando, mas agora aumenta o risco de haver confronto entre os perueiros e os fiscais, porque os motoristas não têm mais nenhuma esperança", disse Haroldo Mariano, presidente da ATA (Associação dos Transportadores em Autolotação) da zona oeste. Para José Célio dos Santos, presidente do sindicato da categoria, o projeto, como está, não permite a substituição de motoristas credenciados que deixarem o sistema ou perderem o alvará em virtude de multas, por exemplo. "Do jeito que ficou (o projeto), a atividade dos perueiros vai diminuir, diminuir e, em quatro anos, vai estar extinta. Exatamente como o prefeito quis", disse Santos. Traição Os líderes disseram-se traídos pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Nelo Rodolfo (PPB). Antes da votação, as lideranças dos perueiros haviam se reunido com Rodolfo e ouviram dele a promessa de que o projeto de lei limitaria a 2.700 o número de perueiros. "Como só há, na verdade, 2.381 perueiros credenciados, ficam automaticamente criadas outras 319 vagas para o sistema. Quem vai determinar os motoristas que preencherão essas vagas é a Secretaria Municipal dos Transportes", disse Rodolfo à Folha antes da votação. Roseli Aparecida de Souza, presidente de uma associação de perueiros da zona norte, afirmou que o acordo foi descumprido. "O texto da lei que foi aprovado é completamente diferente do que ele disse." Tumulto Após a votação, até as 19h25, os cerca de 300 perueiros que se concentravam em frente à Câmara -segundo a PM- fecharam por diversas vezes o trânsito no local. A PM evitou conflitos e montou cordões de isolamento para conter protestos. Até o fechamento desta edição, não havia sido registado nenhum incidente mais grave envolvendo perueiros e polícia. Texto Anterior: Lei veta novos cadastros de lotações em SP Próximo Texto: Professora vê conflito com lei Índice |
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