São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 1997
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Hong Kong se recupera e sobe 18,8%

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A maioria das Bolsas de Valores da Ásia fechou com forte alta ontem, impulsionadas pela recuperação do preço das ações na Bolsa de Nova York no dia anterior.
A Bolsa de Hong Kong registrou ontem uma alta de 18,8%, fechando a 10.765,30 pontos. Hoje, minutos após a abertura, já registrava queda de 4,5%. Hong Kong serviu como estopim para a crise global nos mercados de ações dos últimos dias, mas, com a alta de ontem, recuperou-se da queda histórica de 1.705,41 pontos.
Quase todas as outras Bolsas tiveram alta ontem na região. O índice em Tóquio subiu 3,3%; em Cingapura, 2,9%; em Sydney (Austrália), 6,2%; em Seul (Coréia do Sul), 2,3%. Só caíram Bancoc (Tailândia), que abriu em alta e fechou com queda de 1,46%, e Taipé (Taiwan), que caiu 1,7%.
Mas analistas dos mercados asiáticos acreditam que, apesar das altas, a crise não passou na região e pode haver ataques especulativos contra a moeda de Hong Kong.
James Osborn, analista da corretora Baring Securities em Hong Kong, disse que "as pessoas estavam vendendo em pânico, mas a recuperação rápida de Wall Street mostrou aos corretores que não haveria um pânico mundial e elas começaram a comprar".
"O pior contexto passou. Mas ainda temos que considerar os problemas internos (de Hong Kong): as altas taxas de juros e a incerteza no mercado imobiliário", acrescentou Osborn.
No caso de Bancoc, a instabilidade política da Tailândia e a forte depreciação de sua moeda são fatores que podem ter impedido a recuperação do valor das ações.
Japão
Em Tóquio, o índice Nikkei subiu 544,35 pontos, fechando a sessão em 16.857,04. Depois de duas sessões de fortes perdas, totalizando 1.051,5 pontos, incluindo a queda de de 725,67 pontos de anteontem (4,26%), a tendência foi invertida por compras de investidores estrangeiros e locais.
Os grandes bancos foram os que tiveram as maiores altas no pregão de ontem em Tóquio.
O Bank of Tokyo Mitsubishi subiu 130 ienes, chegando a 1.600. O Fuji Bank subiu 40 ienes, fechando a 1.100. O Sanwa Bank subiu 100 ienes, fechando a 1.250.
Os analistas afirmaram, porém, que a economia do Japão depende muito de suas exportações e, por isso, o país pode ser afetado pela crise financeira dos países do Sudeste Asiático se ela se prolongar muito.
"Nós não podemos dizer que as ações na Ásia estabilizaram", afirmou Mikio Takada, gerente da Nikko Securities, de Tóquio. "Os distúrbios nos outros mercados asiáticos ainda não desapareceram e eles continuarão instáveis", disse Takada.

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