São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997 |
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Entidade associa violência ao trânsito
FABIO SCHIVARTCHE
"A violência é o ponto final de um processo de degradação urbana que começa com o aumento do tráfego, passa pela ocupação comercial das áreas antes residenciais e tem como suporte a falta de organização do poder público em dar segurança e orientar o uso e ocupação do solo. É um sistema muito perverso", afirma. Segundo ele, houve nos últimos meses um "fatiamento" do bairro com a utilização de vias antes estritamente residenciais como corredores de tráfego. Mas o processo de degradação é mais antigo. A Saap, diz Bastos, vem lutando há mais de dez anos contra a instalação irregular de imóveis comerciais na região. Justiça "Conseguimos fechar alguns com ações na Justiça, mas agora resolvemos tomar medidas preventivas, com a criação dos bolsões", afirma. Segundo ele, os moradores não querem formar guetos, mas garantir o controle e a gestão do trânsito na região para assegurar a qualidade de vida no bairro. "Essa é uma proposta preliminar que ainda será discutida com a população. Queremos ouvir sugestões para podermos fazer o melhor pelo bairro", diz Bastos. A direção da CET não quis comentar a criação dos bolsões em Alto de Pinheiros, na tarde de ontem. Pesquisa A Saap divulgou anteontem a pesquisa feita em outubro com 301 moradores do bairro -com população estimada em 12 mil pessoas. Sete em cada dez moradores de Alto de Pinheiros já foram assaltados na cidade, sendo que mais da metade (54%) já foi assaltada no bairro e nas imediações. Para se proteger, os moradores gastam cerca de R$ 6,9 milhões por ano com segurança privada. Segundo a pesquisa, há cerca de 450 guaritas no bairro -duas ou três na mesma rua, em alguns casos. (FS) Texto Anterior: Bloqueios de bolsão irritam moradores de Interlagos Próximo Texto: Entenda o que são os bolsões residenciais Índice |
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