São Paulo, sexta-feira, 31 de outubro de 1997
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Ex-funcionário é suspeito em caso de MG

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O corpo da estudante Daniele Mazzarelli Gomes, 16, sequestrada há uma semana na cidade de Governador Valadares (MG), foi enterrado na manhã de ontem.
Policiais do Deoesp (Departamento de Operações Especiais da Polícia Civil de Minas Gerais) estão procurando um ex-funcionário do pai da estudante.
O ex-funcionário é o principal suspeito do crime. A polícia acredita no envolvimento de outras pessoas.
A estudante foi sequestrada quando ia para o colégio no dia 24 e, morta com um tiro na nuca, provavelmente no mesmo dia.
Seu corpo foi encontrado anteontem no pico do Ibituruna, a 15 km do centro de Governador Valadares.
A estudante foi deixada semi-enterrada em uma grota, de cabeça para baixo. Ela vestia o uniforme do colégio e ao lado do corpo estavam seus objetos escolares.
Buscas
O suspeito teria trabalhado há três anos na Casa Gomes, que comercializa bicicletas, de propriedade de Jairo Gomes, pai de Daniele.
A polícia está procurando o suspeito na região leste de Minas.
O Deoesp chegou ao suspeito após encontrar um Dodge Dart preto, que pode ter sido usado no sequestro. Testemunhas disseram à polícia que o carro usado no sequestro era grande e preto.
O carro estava com a placa virada, numa tentativa de descaracterização, segundo a polícia.
No interior do veículo foram encontrados gasolina, peças de roupa e fios de cabelo, que estão sendo analisados.
"Apreendemos o veículo suspeito, mas não temos certeza ainda se é o do sequestro", disse o delegado do Deoesp Marco Antônio de Abreu Chedid.
Segundo ele, a polícia identificou o proprietário do carro e chegou ao ex-funcionário do pai da estudante, mas ainda busca mais provas. "Trabalhamos com a hipótese de sequestro e também de acerto de contas", disse Chedid.
Revolta
Amigos e colegas do colégio Ibituruna, onde Daniele cursava a 2ª série do segundo grau, acompanharam o enterro no cemitério Santo Antônio.
Eles levaram faixas e fotos de Daniele com frases de repúdio à violência e pedidos de justiça.
Os pais e as quatro irmãs da estudante acompanharam o enterro em silêncio, mas também pediram justiça.
"Não pode ficar essa impunidade, para o bem de (Governador) Valadares, que é uma cidade pacata. Tudo que for feito contra a sociedade tem de ser apurado", disse o pai da estudante."

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