São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997 |
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Queda é maior entre pobres e mulheres
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Os paulistanos com renda familiar até R$ 1.200 por mês formam o grupo mais crítico: 29% avaliam o governo FHC como ruim ou péssimo. É o único segmento socioeconômico no qual o grupo que reprova o presidente equivale ao que o aprova. Desde junho, aumentou nove pontos o percentual de pessoas desse grupo mais pobre que mudou de uma opinião neutra (regular) para uma visão crítica (ruim ou péssimo) do governo. O mesmo aconteceu com os paulistanos que estudaram só até o 1º grau. Os que acham o governo FHC ruim ou péssimo passaram de 19% para 28% desse grupo. Empataram estatisticamente com os que aprovam o governo (30%). Outro aumento significativo de desaprovação ocorreu entre as mulheres. De 17%, em junho, o percentual de mulheres que acham o governo FHC ruim ou péssimo saltou para 29%. Resultado: esse grupo crítico ultrapassou nominalmente o segmento feminino que aprova o presidente (28%). As mulheres costumam ter uma opinião mais crítica sobre o governo. Também é curioso notar que a crítica a FHC é maior entre os paulistanos com mais de 40 anos: 27% acham o governo ruim ou péssimo. Um dos pontos em comum entre mulheres, pessoas com menos escolaridade, pouca renda e mais idade é que elas têm mais dificuldade para arrumar emprego. Esses cruzamentos da pesquisa contrariam visão do Planalto sobre os efeitos da crise das Bolsas nas chances eleitorais de FHC. O entorno do presidente crê que ele se beneficia de uma crise econômica pois sua imagem está mais ligada à idéia de estabilidade do que a de seus adversários. Os tucanos podem fazer uma leitura otimista da pesquisa: apesar de ter perdido pontos entre os de maior renda e escolaridade, FHC ainda tem uma aprovação grande entre os chamados formadores de opinião. Texto Anterior: Crise das Bolsas derruba aprovação a FHC Próximo Texto: Momento de crise acentua as críticas Índice |
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