São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Mercado equivale ao do Chile inteiro

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) é a primeira das quatro empresas de energia de São Paulo que serão privatizadas.
As outras são Cesp (Companhia de Energética de São Paulo), Eletropaulo e Comgás.
O governo se apega aos bons índices de qualidade da empresa e ao potencial do mercado consumidor em sua área de concessão para sustentar que haverá disputa por seu controle entre os interessados.
"O negócio é muito atraente", afirma o secretário de Energia, David Zylbersztajn. O secretário costuma dizer que o tamanho da área de concessão da CPFL equivale a todo o mercado interno do Chile.
A CPFL tem 2,33 milhões de consumidores em algumas das áreas mais prósperas do Estado de São Paulo, onde estão cidades como Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e São Carlos.
Também há uma série de indústrias na área de concessão, que consomem 41,7% da energia que a CPFL distribui.
Entre os maiores consumidores industriais estão Rhodia, Goodyear, Alpargatas, Pirelli e Votorantim, empresa ligada à VBC Energia, um dos mais fortes concorrentes no leilão de privatização.
As vendas da empresa se expandiram em ritmo superior ao do crescimento da economia brasileira -outro ponto destacado pelo governo. A perspectiva é de manutenção do crescimento.
A CPFL tem índices de qualidade superiores aos das distribuidoras de energia brasileiras. Em sua área de atuação, cada consumidor fica em média 8,6 horas por ano sem energia. A média brasileira é de 25 horas. A frequência de interrupção no fornecimento também é menor: 6,53 vezes por ano, contra um índice nacional de 20,26.
Enxugamento
Desde 95, a empresa vem passando por um processo de modernização e enxugamento para adaptar-se à privatização. Em 94, o número de consumidores por empregado era 279.
Em 96, o índice passou para 354 e, neste ano, subiu para 405.
Os funcionários foram reduzidos de 7.755 em dezembro de 1994, para 5.700 no dia 1º de novembro. Como foram contratados 500 eletricistas no período, houve uma redução de 2.555 vagas.
Desse total, apenas cem foram demissões, de acordo com o presidente da CPFL, Cesare Manfredi. As outras foram aposentadorias.

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