São Paulo, domingo, 2 de novembro de 1997
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Retorno do calote; Na cola dos juros; Reavaliando o risco; Lenta e gradual; Perda democrática; Agora vai; Com contrapeso; Virando a folhinha; Amigos da onça; Aperto na linha; Guerra psicológica; Só o tempo dirá; Humor britânico; Impacto fulminante; Pela tangente; Na onda; Fortalecendo a marca

Retorno do calote
A Austin Asis calcula que a inadimplência nos empréstimos bancários deve crescer ao redor de 40% (voltando ao patamar de 4% a 5%) e que os atrasos vão subir mais nas operações com empresas.

Na cola dos juros
A inadimplência estava em queda, "acompanhando a trajetória dos juros", diz Erivelto Rodrigues, da Austin Asis. Foi de 6% em dezembro de 95, 4% em dezembro de 96 e chegou a 3,5% no primeiro semestre deste ano.

Reavaliando o risco
Por conta do "El Niño" financeiro, a Austin Asis está reavaliando o "rating" de todos os bancos de tesouraria e de investimentos. As novas notas serão conhecidas na próxima semana.

Lenta e gradual
Curva de juros implícita nas recompras de títulos públicos feitas pelo Banco Central: juros de curto prazo são de 44%; seis meses, 35%; um ano, 28%; e dois anos, 25%.

Perda democrática
Por conta da queda prevista nos juros -embora, como disse FHC, só mesmo Deus sabe quando os juros vão cair-, as perdas dos que compraram títulos públicos foram reduzidas de estimados US$ 15 bilhões para US$ 4 bilhões.

Agora vai
Para analistas de bancos estrangeiros, não será só com juros escorchantes, em um ato heróico, que vai se salvar o Plano Real. É preciso fazer a lição de casa. Eles esperam que, desta vez, se dê mesmo maior urgência às reformas.

Com contrapeso
Alguns bancos trabalham com a hipótese de o governo anunciar brevemente cortes adicionais nos gastos -seria uma forma de compensar parte do estouro das contas públicas que os juros vão fabricar.

Virando a folhinha
De um vice-presidente de banco: esqueça os juros praticados na sexta-feira. As novas taxas estarão sendo calculadas durante este final de semana. Depois de segunda-feira, vida nova.

Amigos da onça
Os funcionários de um banco que sofreu perdas com a crise da Bolsa nesta semana foram alvo de brincadeira de colegas de outras instituições instaladas no mesmo prédio. Ouviram que seus carros, estacionados na garagem, ganharam placas de "vende-se".

Aperto na linha
O custo das linhas de financiamento para importação subiu. Era de 1% sobre a libor e passou a ser de 2% a 2,5%. A culpa é da elevação do "risco Brasil".

Guerra psicológica
"O momento é de calma. Qualquer afobação anuvia mais o clima. O pensamento negativo dificulta a guerra que teremos de travar para defender nossa moeda", diz Boris Tabacof, diretor da Fiesp.

Só o tempo dirá
"O aumento dos juros foi dramático. Observamos com cuidado. Os efeitos vão depender do tempo de duração da alta", diz Christopher Page, do HSBC Bamerindus.

Humor britânico
Do analista Stephen Rose, sobre as vendas de ações por parte dos investidores que já ganharam muito na Bovespa: "Se deram conta de que árvores não nascem no céu".

Impacto fulminante
De Carlos Spis, da Federação Única dos Petroleiros: "Com a alta dos juros, nossa categoria vai à falência. A Petrobrás está jogando pesado na campanha salarial e 80% dos 80 mil petroleiros estão pendurados no cheque especial".

Pela tangente
Com o desemprego crescente, a saída para os sindicatos é a prestação de serviços, diz Ricardo Berzoini, dos bancários. A cooperativa habitacional dos bancários criou moda na CUT. Estudam abrir cooperativa de crédito.

Na onda
O sindicato dos bancários do Rio, os metalúrgicos do ABC e os químicos de São Paulo estão estudando abrir uma cooperativa habitacional. "Perceberam que gera sindicalização", diz Berzoini.

Fortalecendo a marca
A Samsung investe US$ 5 milhões e coloca no ar a partir de hoje sua primeira campanha publicitária criada pela Almap/BBDO.

E-mail:±painelsa@uol.com.br

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