São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997 |
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Ações da Sabesp escapam de turbulência
DA REPORTAGEM LOCAL Quando a bonança voltar a cobrir o mercado financeiro, os investidores poderão perceber que algumas ações, como as da Sabesp, atravessaram de pé o vendaval.E vão perceber que há mais no caso da Sabesp. Os papéis da companhia de saneamento do Estado de São Paulo não só mantiveram o prumo durante a tempestade que inundou as Bolsas na semana passada, como registram um bom desempenho em todo o ano. Segundo dados da Economática, Sabesp ON acumulava, até sexta-feira, valorização de 113,17% no ano. No mesmo período, o índice Bovespa acumulava 27,6%. Na sexta, analistas do mercado financeiro fizeram algumas ressalvas ao papel, por causa do aumento dos juros, mas mantiveram a recomendação de compra. A preocupação básica é com a capacidade de endividamento e de captação da empresa. Com o aumento dos juros, a Sabesp pode ter dificuldades de alavancar capital para os investimentos que planeja fazer em 98. O banco Fator avalia, no entanto, que o problema não deve perdurar por um longo período, pois o governo não terá condições de sustentar essas taxas de juros por muito tempo. Além disso, a empresa está trabalhando para diminuir o custo de suas dívidas. A Sabesp deve reduzir suas despesas financeiras com a quitação de 35% das debêntures em eurobônus no valor de US$ 275 milhões lançadas em junho de 97. A companhia também prepara a emissão de mais US$ 600 milhões em debêntures para alongar o perfil de sua dívida e que deve gerar economia anual de juros de R$ 40 milhões. Sucessão Outro fator de risco é a sucessão ao governo do Estado. Por enquanto, com a desistência de Mário Covas de concorrer à reeleição, o quadro eleitoral está obscuro. Marcia Garcez, do Bozano, Simonsen, lembra que Covas deve enfrentar dificuldades para fazer seu sucessor, o que aumentará os riscos de uma descontinuidade administrativa e do adiamento dos planos da Sabesp. Mas esse fator também tende a ser minimizado: o governo do Estado pretende vender 20% da empresa a um parceiro estratégico da iniciativa privada, o que deve diminuir a capacidade de interferência política na administração da companhia. O negócio, já aprovado pelo Conselho Estadual de Desestatização, deve ser concretizado até o final do terceiro trimestre do ano que vem. Mais alta Sidney Chameh, analista do Fator, acredita que os papéis da Sabesp continuarão se valorizando. Segundo ele, mesmo com a subida dos juros e os riscos políticos, as ações têm potencial para chegar em 98 com valorização de 42% sobre o preço atual. Texto Anterior: A "mídia em ação" e a crise externa Próximo Texto: Primeiro teste será a CPFL Índice |
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