São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997 |
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Pintor foi revolucionário e meticuloso
VIK MUNIZ
Menino calado, se divertia sozinho escutando radionovelas de heróis como Flash Gordon e Mandrake, que mais tarde vieram habitar suas criações. Sua formação artística, que começou aos 16 anos, foi acadêmica e voltada para o realismo. Seus estudos na área de artes plásticas seguiram com sucesso até o início da Segunda Guerra, quando ele serviu na divisão de infantaria. Definindo a verdadeira abstração como um sintoma do empobrecimento e simplificação da imagem, Lichtenstein começou a usar imagens do dia-a-dia, quadrinhos e publicidade em seus quadros, se apropriando também da estrutura sintática dessas imagens. A superficialidade desses trabalhos representa a antíteses total do que era aceito como arte no fim da década de 50. Em 1962, a primeira exposição desses novos trabalhos na galeria Leo Castelli causou um grande escândalo de imprensa e lhe proporcionou sucesso imediato. A revista "Life", em um artigo que incluía um retrato de Lichtenstein perguntava: "É este o pior pintor da América?" Roy Lichtenstein já vinha experimentando suas idéias em diferentes temas, trabalhando em séries e sempre estendendo os limites de seu trabalho por meio da experimentação e da curiosidade. Lichtenstein produzia suas obras com o mesmo rigor cronológico de quem manufatura sapatos. Mantinha um rígido horário de trabalho. Mesmo sendo criticado por produzir obras como se trabalhasse numa fábrica, Lichtenstein admitia conceber a arte como qualquer outra ocupação. (VM) Texto Anterior: Lichtenstein despiu o mundo de falsos simbolismos Próximo Texto: Mostra nos EUA revela arte da Amazônia Índice |
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