São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Pintor foi revolucionário e meticuloso

VIK MUNIZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Roy Lichtenstein nasceu na ilha de Manhattan (Nova York) no dia 27 de outubro de 1923. Quando garoto, desenvolveu um grande interesse por ciência, que durou toda uma vida.
Menino calado, se divertia sozinho escutando radionovelas de heróis como Flash Gordon e Mandrake, que mais tarde vieram habitar suas criações.
Sua formação artística, que começou aos 16 anos, foi acadêmica e voltada para o realismo. Seus estudos na área de artes plásticas seguiram com sucesso até o início da Segunda Guerra, quando ele serviu na divisão de infantaria.
Definindo a verdadeira abstração como um sintoma do empobrecimento e simplificação da imagem, Lichtenstein começou a usar imagens do dia-a-dia, quadrinhos e publicidade em seus quadros, se apropriando também da estrutura sintática dessas imagens.
A superficialidade desses trabalhos representa a antíteses total do que era aceito como arte no fim da década de 50. Em 1962, a primeira exposição desses novos trabalhos na galeria Leo Castelli causou um grande escândalo de imprensa e lhe proporcionou sucesso imediato. A revista "Life", em um artigo que incluía um retrato de Lichtenstein perguntava: "É este o pior pintor da América?"
Roy Lichtenstein já vinha experimentando suas idéias em diferentes temas, trabalhando em séries e sempre estendendo os limites de seu trabalho por meio da experimentação e da curiosidade.
Lichtenstein produzia suas obras com o mesmo rigor cronológico de quem manufatura sapatos. Mantinha um rígido horário de trabalho.
Mesmo sendo criticado por produzir obras como se trabalhasse numa fábrica, Lichtenstein admitia conceber a arte como qualquer outra ocupação.
(VM)

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