São Paulo, segunda-feira, 3 de novembro de 1997
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Mostra nos EUA revela arte da Amazônia

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Mostra nos EUA revela arte da
Amazônia
O brasileiro que estiver em Washington até 8 de fevereiro próximo vai ter a oportunidade de ver em exposição um tipo de arte que é feita em seu país há séculos.
No Saguão dos Exploradores da National Geographic Society, está a mostra "Artes da Amazônia: Arte Plumária Ritual do Brasil", com dezenas de trabalhos de povos indígenas como os Bororo, os Kayapo, os Tapirirape.
O curador da exibição é um cidadão norte-americano que nunca esteve no Brasil. Seu nome é Adam Mekler e sua história é fascinante. Em 70, Mekler, que nasceu em Israel, fez carreira como pianista e acabou como marchand, viu um documentário sobre o Xingu na rede pública de televisão dos EUA.
Ele se apaixonou pelo que viu sobre os índios. Um ano depois, uma pessoa apareceu em sua galeria em Los Angeles com uma coleção de 130 peças de arte do Xingu.
"O preço era muito razoável", disse Mekler à Folha. Depois, muitas outras pessoas lhe ofereceram outros objetos de arte plumária do Xingu, e ele agora tem talvez a maior coleção do tipo no mundo.
Mas Mekler, que já não trabalha mais com arte, está se desfazendo dela. Já deu 30 peças ao Museu de Israel. Ele tem passado boa parte de sua vida tentando convencer dirigentes de museus e editores de que arte plumária é arte. Mekler diz que as pessoas tendem a querer classificar a arte plumária como parte dos objetos de antropologia.
Mas desde 1990, quando conseguiu realizar a primeira mostra de arte plumária num museu de arte, o de Fresno, na Califórnia, Mekler tem tido mais sucesso.
Já foram feitas exibições na Suíça, França, Itália e Alemanha. Agora, a da National Geographic.

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