São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997 |
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FHC troca reforma por liberação de verba DENISE MADUEÑO DENISE MADUEÑO; LUIZA DAMÉ
O governo prometeu ontem liberar o dinheiro destinado pelos deputados aos municípios para tentar aprovar as reformas administrativa e previdenciária na Câmara em 97. A promessa foi transmitida pelo ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) aos líderes dos partidos da base de apoio do governo minutos antes da reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem pela manhã. Deverão ser liberados em torno de R$ 150 milhões. O valor representa a parcela que foi cortada do total dos recursos destinados por meio de emendas ao Orçamento pelos parlamentares. Cada deputado teve o direito de apresentar 20 emendas ao Orçamento de 1997, destinando um total de R$ 1,5 milhão para obras. As emendas foram liberadas com cortes de até 50% dos valores originais. O governo decidiu liberar a verba das emendas numa reunião de avaliação antes do encontro no Palácio do Planalto. O presidente FHC foi avisado de que o governo seria derrotado se não atendesse à reivindicação dos deputados. Assessores do presidente comentavam ontem, em conversas reservadas, que a liberação do dinheiro das emendas vai sair barato se as reformas realmente forem aprovadas. A equipe econômica calcula uma economia, numa hipótese pessimista, de pelo menos R$ 12 bilhões no próximo ano com a aprovação das reformas administrativa e previdenciária. Num cenário otimista, a economia pode chegar a R$ 16 bilhões. "Esse dinheiro não é nada em relação à crise das Bolsas. O dinheiro vai para obras, não será jogado fora, e serve para investimentos, como deseja o próprio governo", afirmou o líder do PTB, Paulo Heslander (MG). Nesta semana, os líderes dos partidos vão fazer um levantamento em suas bancadas para identificar as reclamações. A lista das insatisfações será levada ao ministro Luiz Carlos Santos para a liberação dos recursos. "Não podemos ser hipócritas e querer que o parlamentar abra mão de defender os interesses daqueles que o elegeram", disse o líder do PSDB, Aécio Neves (MG). Além das reformas, está em jogo a aprovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Previdência Os líderes governistas vão tentar aprovar a emenda da reforma da Previdência sem alterações no texto votado no Senado no mês passado. Para isso, vão reunir os deputados e pedir que eles não apresentem emendas (propostas de modificação) ao texto. O relator na comissão especial, que ainda será escolhido, será orientado a dar parecer favorável ao texto em 15 dias -dez deles são regimentais e não podem ser cortados. "Ou votamos favoráveis ao texto do Senado, ou não se votará nunca a emenda da Previdência", afirmou o líder do PFL, Inocêncio Oliveira. A emenda deverá ser votada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), etapa preliminar, na próxima semana. Texto Anterior: FHC tenta acalmar mercado financeiro Próximo Texto: Governo recua para aprovar reforma Índice |
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