São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Escritor é tema de série

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REDAÇÃO

A Ilustrada vem publicando desde segunda-feira a reportagem-ensaio "O Homem na Casa de Vidro", sobre o escritor J.D. Salinger, que o repórter Ron Rosenbaum fez ao longo de cinco meses para a revista "Esquire".
Nos dois primeiros segmentos, assim como no publicado hoje, Rosenbaum discute a influência de filosofias orientais, em especial do zen-budismo, na conduta de reclusão do escritor.
Depois que publicou em 1951 sua obra-prima, "O Apanhador no Campo de Centeio", resultado de dez anos de trabalho, Salinger se dedicou a um movimento gradual de invisibilidade social e literária.
Em 1953 se mudou para o povoado de Cornish, então com menos de mil habitantes, de onde escreveu mais apenas quatro contos.
Doze anos depois, Salinger resolveu deixar de existir. Seu último trabalho foi "Hapworth 16, 1924", publicado na revista "The New Yorker".
Curiosamente é com esse texto que o autor volta a aparecer, discretamente, nas livrarias.
"Hapworth..." será lançado em formato de livro no próximo mês, pela pequena editora Orchises Press.
Depois de um silêncio de 44 anos, Salinger volta a publicar, mas continua atrás de sua muralha.
Como já explicava em 1951 Holden Caulfield, personagem de "Apanhador...", "...se a gente faz uma coisa bem demais, aí, depois de algum tempo, se não tiver muito cuidado, começa a se exibir. E aí a gente deixa de ser bom de verdade".

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