São Paulo, quarta-feira, 5 de novembro de 1997
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Mostra traz viagens de Mário de Andrade

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro exposições, na programação do Encontro da Cultura Brasileira 1997, levam ao público um pedaço da obra do intelectual brasileiro escolhido como símbolo do megaevento: o escritor paulista Mário de Andrade (1893-1945).
Segundo o secretário de Apoio à Cultura, José Álvaro Moisés, o motivo da escolha é um só: Mário de Andrade é a figura que melhor representa a "Diversidade e Integração Cultural" brasileiras, tema do evento.
"Ele era um mulato que teve papel central na cultura de elite, não abandonou as raízes em uma obra sofisticada. É um exemplo de integração na diversidade", afirmou Moisés, que coordena o evento.
Mário de Andrade morreu aos 52 anos. Deixou atrás de si uma obra imensa, com obras-primas da literatura nacional, como "Macunaíma", além de fotografias, ensaios e uma vasta pesquisa -sobretudo musical- do folclore nacional.
Além disso, teve um papel importante no Departamento de Cultura, órgão criado em 1937 e um dos primeiros a desenvolver políticas culturais no país.
"Ele é a fonte de expressão mais fortemente ligada ao que esse encontro quer traduzir. Como artista e como político, foi responsável por chamar a atenção a coisas que queremos ressaltar hoje. Bebemos na concepção do Mário de Andrade para propor nossas políticas de difusão cultural", afirmou Moisés.
Uma amostra dessa concepção, especialmente no que se refere às regionalidades, está nas exposições "Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade" e "O Turista Aprendiz".
A primeira é composta por parte do acervo do Centro Cultural São Paulo, onde há fotografias, objetos folclóricos, discos, cadernos de música, partituras e bilhetes reunidos durante expedição concebida pelo escritor às regiões Norte e Nordeste no final da década de 30. Um vídeo inédito, com imagens da expedição, será exibido no Centro Cultural (leia texto abaixo).
A segunda traz parte das 500 fotos tiradas pelo escritor em uma viagem à Amazônia em 1927, em que ele pesquisou o folclore e os costumes populares. Parte das notas da viagem foi utilizada para a revisão de "Macunaíma".
Na biblioteca Mário de Andrade, os livros do autor e obras raras são tema da mostra e mesa-redonda "Mário Universal Paulista".
A ligação do escritor às artes plásticas -das quais era colecionador- está representada em "Os Contemporâneos de Mário de Andrade", exposição com 42 obras de modernistas como Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Anita Malfatti e Victor Brecheret.

Exposições: Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade e Os Contemporâneos de Mário de Andrade
Onde: Centro Cultural São Paulo, r. Vergueiro, 1.000, tel. 011/227-3611
Quando: de hoje a 09/11, das 10h às 22h
Quanto: entrada franca

Exposições: O Turista Aprendiz e Mário Universal Paulista
Onde: biblioteca Mário de Andrade, r. da Consolação, 94, tel. 011/256-5777 Quando: de hoje a 12/11, às 19h; seg a sex, das 9h às 21h; sáb, das 9h às 18h Quanto: entrada franca

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