São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Comprador da CPFL quer transição sem 'traumas'

PATRICIA ZORZAN
CLÁUDIA TREVISAN

PATRICIA ZORZAN; CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Presidente do consórcio se reúne com empregados na empresa

Um dia depois de ter adquirido o controle da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), o presidente da VBC Energia, José Monforte, visitou a sede da energética em Campinas e garantiu aos empregados que fará uma transição sem "traumas".
O encontro, sugerido pelo presidente da empresa, Cesare Manfredi, durou quase duas horas e reuniu cerca de 250 dos 1.000 funcionários da sede da energética. Em todo o Estado, a empresa tem cerca de 5.700 trabalhadores.
Segundo relato do presidente do Clube de Investimentos dos Empregados da CPFL, Vicente Andreu, Monforte explicou que não haveria "traumas" na chegada da VBC. "Ele disse que chegaria sem ser notado", afirmou Andreu.
Monforte fez uma exposição e, durante uma hora, respondeu às dúvidas dos funcionários.
Os questionamentos mais frequentes foram com relação aos novos planos de investimento da CPFL e ao ágio de 70% pago pela VBC no leilão.
O presidente do grupo controlador da energética afirmou que o ágio foi o reconhecimento do valor dos funcionários e da empresa.
Depois do leilão, o presidente da VBC declarou que a empresa pretende diversificar os serviços oferecidos pela companhia.
Atualmente, a CPFL é somente uma distribuidora de energia. Com sua estrutura, ela poderá ser utilizada para outros serviços, como transmissão de dados por fibra ótica, Internet e TV a cabo.
A distribuição de gás é outro negócio a que os novos controladores da CPFL poderão se dedicar. Na área da concessão passará o gasoduto Brasil-Bolívia, que deve ficar pronto até o início de 99.
Calma
O presidente do clube de investimentos da CPFL considerou a iniciativa da visita "tranquilizadora". "Sempre há dúvidas sobre demissão, controle e divisão da empresa", disse ele.
Mas a possibilidade de dispensa de funcionários não foi a tônica do encontro. Apesar disso, Monforte tentou tranquilizar o grupo: "Não há nenhum plano traumático, quer de reestruturação, quer de redução de mão-de-obra. Não vamos ter guilhotina".
Uma das razões para a relativa calma dos empregados da energética é o contrato coletivo de trabalho. Assinado em maio, ele dá garantia de emprego por dois anos.
A vitória do consórcio VBC foi bem recebida. "Para nós, foi o melhor resultado", disse Andreu.
Segundo ele, entre os quatro consórcios que disputaram a CPFL, o vencedor foi o que manteve contatos mais frequentes com os funcionários da empresa.
"Para mim, foi muito satisfatório ver o sentimento positivo em relação ao grupo que adquiriu a companhia", declarou Monforte.
A VBC ganhou o leilão ao lado da Previ e de mais sete fundos de pensão. A reunião de ontem foi gravada em vídeo e cópias foram encaminhadas para os escritórios regionais da companhia.

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