São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Empregados devem ter só 1,5% das ações

PATRICIA ZORZAN; CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários da CPFL, privatizada anteontem pelo governo do Estado de São Paulo, estimam que poderão comprar apenas 1,5% dos 10% do capital social da empresa colocados a sua disposição.
O presidente do clube de investimentos dos empregados da CPFL, Vicente Andreu, disse que o custo da operação será de R$ 40 milhões.
As ações que serão compradas correspondem às com direito a voto (ordinárias) e têm o maior deságio entre as oferecidas aos empregados: 40%, o que estabelece o preço de R$ 134,18 pelo lote de mil.
Isso significa que, caso a previsão de Andreu sobre a participação dos empregados na compra de ações se confirme, a VBC Energia, nova proprietária da CPFL, terá de desembolsar, além dos R$ 3,015 bilhões comprometidos no leilão, mais R$ 482 milhões.
Para o financiamento de suas ações, os funcionários discutem a concessão de uma linha de crédito de R$ 60 milhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Andreu reclamou das condições de compra oferecidas aos funcionários. "Queremos participar da gestão da empresa, mas o governo tem de viabilizar nossa presença."
Segundo ele, o preço fixado pelos 10% seria de R$ 310 milhões. "Já era 20% acima do valor de mercado. Compraríamos tudo, se a oferta fosse razoável. Foi intencional dificultar nossa participação."
O secretário da Energia, David Zylbersztajn, afirmou, após o leilão, que o governo se reunirá com o grupo na tentativa de viabilizar sua participação na empresa.
"Não estamos fechados a nenhum tipo de conversa. Podemos avaliar a questão de deságios, prazos. No que for possível legalmente, vamos procurar ajudar", disse.
"O secretário tem tido um comportamento autoritário. Se houver mudança de postura, melhor", declarou Andreu.
(PZ)

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