São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Cem ônibus são depredados

RODRIGO VERGARA; MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de cem ônibus foram depredados ontem durante a manifestação, segundo dados da SPTrans (São Paulo Transporte), empresa que gerencia o transporte coletivo por ônibus na cidade. Nenhum funcionário das empresas foi ferido.
Ainda segundo os números da SPTrans, 400 mil passageiros da zona sul foram prejudicados de alguma forma pela ausência compulsória de 1.144 ônibus ilhados nos congestionamentos provocados pela manifestação.
Segundo pessoas que estavam no local no momento do conflito, os ônibus teriam sido apedrejados pelos perueiros, quando estes saíram correndo da ponte do Socorro, depois que a PM reprimiu a manifestação.
Os perueiros detidos no 102º DP negaram que tivessem depredado os ônibus. Segundo os manifestantes, os ônibus foram depredados pelos próprios passageiros.
Além dos prejuízos materiais, a empresa calculou que o protesto afetou ainda o desempenho operacional de 80 linhas de ônibus, pertencentes a 12 empresas que operam na zona sul da cidade.
Alguns ônibus, após a liberação da ponte, saíram do local com a indicação "reservado", ou seja, com destino às garagens das empresas.
Pelo menos uma perua sofreu danos. Uma das 32 lotações apreendidas estava com o pára-choque amassado.
Andando
Mais uma vez, quem sofreu os maiores danos em virtude da paralisação do trânsito foram os milhares de trabalhadores que tiveram de andar quilômetros e se atrasaram para o trabalho.
Às 9h50, quase três horas depois do horário em que deveria estar no trabalho, a operária Noeli Alves Rodrigues, 26, ainda atravessava a ponte do Socorro para chegar à fábrica onde trabalha, em Santo Amaro.
O ônibus no qual estava, que tinha como destino o terminal de Santo Amaro, parou às 6h20, na avenida Guarapiranga.
"Estou andando desde lá. Só parei um pouco para olhar o que estava acontecendo."
Junto com Noeli, estava a copeira Maria José Rossi, 36, cunhada e vizinha dela.
Maria José, que já estava atrasada 50 minutos para o início do trabalho, iria até o terminal Santo Amaro para pegar um ônibus até a avenida Paulista, onde trabalha.
(RV e MO)

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