São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997 |
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Reformas reduzem expectativa de vida
JAIME SPITZCOVSKY
"A mais provável explicação para o aumento da mortalidade entre os homens russos é o consumo exagerado de álcool, e as causas desse fenômeno podem ser ligadas ao estresse econômico e social", diz o médico David Leon, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Ele participou, no mês passado, de uma conferência em Moscou sobre os efeitos da transição junto à população masculina. O governo Ieltsin destruiu as estruturas soviéticas e introduziu a economia de mercado, sistema modelado pela competição. Profissionais que se formaram e cresceram na URSS, época de ineficiência na economia e de um sistema paternalista de proteção social, encontram dificuldades para se adaptar à nova era de capitalismo. A vodca desponta como refúgio para alguns que se vêem em situação difícil. Os especialistas ainda apontam o fumo e uma dieta baseada em alimentos gordurosos como motivos para os problemas de saúde da população masculina. Estatísticas ainda não finalizadas sobre os últimos dois anos apontam uma leve melhoria na expectativa de vida dos russos, diz Nicolai Gerasimenko, deputado oposicionista. "Mas a questão da alta taxa de mortalidade e suas implicações no futuro são alarmantes." Em 1994, a expectativa de vida de um homem da União Européia (aliança de 15 países, entre eles Reino Unido e Alemanha) atingia 74 anos, contra 57 anos do russo. Segundo Leon, 90% dos franceses e britânicos com 20 anos devem passar dos 60 anos de vida, enquanto só 50% dos russos podem esperar o mesmo. Ele novamente aponta o álcool e o fumo como principais responsáveis. Os jovens russos, no entanto, se beneficiam das reformas mais do que a população adulta. Como iniciaram sua vida profissional já sob o capitalismo, adaptam-se com mais facilidade ao cenário da competição. (JS) Texto Anterior: Cidade recebe hoje estátua de Lênin Próximo Texto: Clima quente; Numa fria; Feriadão Índice |
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