São Paulo, sexta-feira, 7 de novembro de 1997
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Brasil, sil

LUIZ CAVERSAN

Londres - De passagem pela Europa, entre o sul da França e agora Londres, tive de ficar mais um dia na capital inglesa por força de um quase acidente no aeroporto local, que me fez perder a conexão Londres-Paris-Rio.
Um pouco mais de tempo para ouvir o que se diz do Brasil por aqui.
Não é pouco, principalmente porque há preparativos de toda ordem para a chegada do "mister Cardoso" ao reino de Elizabeth 2ª em dezembro.
FHC terá recepção em grande estilo. Vai ser recebido pela rainha, privilégio de apenas dois presidentes estrangeiros por ano.
Mas será também "homenageado" por organizações de apoio aos excluídos brasileiros -sem-terra, índios, crianças de rua e outros-, que preparam manifestações de protesto contra o governo brasileiro e suas políticas sociais.
Ou seja, nada que não esteja dentro do figurino democrático, ainda mais agora que o Tony Blair e seu Partido Trabalhista convivem, digamos amigavelmente, com a turma do palácio de Buckingham.
Há, todavia, outro assunto obrigatório quando se trata do Brasil, seja na França ou na Inglaterra: futebol.
Difícil passar um dia sem ser instado a falar de seleção, Romário, Ronaldo, Flamengo, Zagallo.
No sul da França, conheci um jovem jornalista, do "Nice Matin", cujo esporte preferido é detonar Zagallo. Fã de Telê Santana, Jean-Philippe odeia o homem, mas é até capaz de torcer pelo Brasil, contra a França, no mundial do ano que vem.
Chris Taylor, editor-assistente da seção internacional do prestigioso "The Guardian", é outro que sabe tudo do Brasil que mora dentro das quatro linhas do gramado.
Tem pronto um livro sobre o futebol latino-americano, "The Beautiful Game", e fica eufórico quando lembra do passe de Pelé para Carlos Alberto converter seu belíssimo gol no final da Copa de 70.
Como se vê, assunto não falta para se sentir em casa por aqui.
Ainda mais com "El Niño" fazendo deste um dos outonos mais agradáveis dos últimos tempos na grande ilha que ainda chora por Diana.

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