São Paulo, sábado, 8 de novembro de 1997
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Pensão dará fôlego extra a orçamento de dona-de-casa

ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO

Algumas mulheres já começaram a dar entrada na documentação necessária para obter a pensão de seus pais, que combateram na Segunda Guerra Mundial. Grande parte das beneficiadas são pessoas que não contavam com uma ajuda extra no apertado orçamento doméstico.
"Vai me ajudar muito. Não tenho mais idade para bater perna por aí", diz a dona-de-casa Zulmira da Motta Azevedo, 63, que vive em Olaria (zona norte do Rio). O pai de Zulmira morreu em 1973, e a mãe, em 1994.
Devido à lei nº 8.059, de 1990, ela não pôde herdar a pensão da mãe, por ser casada e maior de idade. Casada com um PM aposentado, mãe de cinco filhos e avó de três crianças, Zulmira mal se lembra da ida do pai à guerra. Recorda-se apenas do esforço da mãe, que sempre costurou e lavou roupa para fora para manter os quatro filhos.
A mãe de Marlene Oliveira de Sousa, 61, também morreu em 1994, e seu pai, que foi enviado à guerra pela Marinha, em 1978.
Marlene é filha única e nunca contou com a pensão que a mãe recebia. Agora, mal pode esperar para ter o dinheiro -seu marido está desempregado.
Toda a família de Marlene veio de Pernambuco em 1945, último ano da guerra. Seu pai cuidava da alimentação de um navio que foi torpedeado por um submarino. "Ele foi salvo pelos americanos. Escapou por um milagre."
O caso de Nádia Suely Dornelles, 41, é mais complicado. Filha de um relacionamento extraconjugal de um ex-combatente, ela terá que recorrer à Justiça para receber a pensão.
(IC)

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