São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conheça os integrantes do tribunal

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os ministros do TCU tiveram seus nomes citados na imprensa por supostas práticas de irregularidades. Veja a seguir um perfil dos juízes do TCU:
Homero Santos - Mineiro, 67, advogado, nomeado pelo ex-presidente José Sarney. Foi apontado como um dos "pianistas", que votavam duplamente no sistema eletrônico da Câmara. Cedeu imóvel funcional do TCU a sua filha. Seu carro oficial era usado, fora do expediente, para compras.
Iram Saraiva - Goiano, 53, advogado, ex-senador do PMDB, atuante em várias CPIs. Indicado pelo Senado, exerceu o cargo de ministro do TCU durante um ano sem ter seu nome aprovado pela Câmara.
Marcos Vinicios Vilaça - Pernambucano, 58, advogado, nomeado por Sarney, de quem foi secretário. Membro da Academia Brasileira de Letras. É acionista de empresas cujas dívidas com o Banco do Brasil foram reduzidas na gestão de seu amigo Lafaiete Coutinho. O TCU julgou a operação regular.
Carlos Átila Álvares da Silva -Mineiro, 59, advogado e ex-diplomata, foi secretário de imprensa do ex-presidente Figueiredo, que o nomeou para o TCU. Justificou, por medida de economia, a contratação, sem concurso público específico, de 26 servidores de outros órgãos para o quadro permanente do tribunal, cinco dos quais eram parentes de funcionários lotados em gabinetes de ministros ou na alta administração.
Humberto Guimarães Souto - Mineiro, 63, é contabilista e advogado. Líder do governo Collor na Câmara. Para a fiscalização do TCU, houve "desvio de poder" na aplicação de recursos da Fundação Banco do Brasil, durante a gestão de Lafaiete Coutinho, em uma estação rodoviária em Minas Gerais, projeto intermediado por Souto.
Bento José Bugarin - Alagoano, 66, advogado, professor, foi delegado-geral e chefe interino da Polícia Civil no Maranhão. Auditor do TCU, foi nomeado ministro por antiguidade em 1995, por FHC. É pai do sub-procurador geral do TCU Paulo Soares Bugarin.
Fernando Gonçalves - Gaúcho, 67, advogado, foi indicado pelo ex-presidente Figueiredo. Foi afastado da relatoria do caso envolvendo redução de dívidas, pelo BB, de empresas das quais o ministro Marcos Vilaça é acionista. Está em licença médica.
Adhemar Paladini Ghisi - Catarinense, 66, advogado, nomeado por Figueiredo. Já ministro do TCU, teve seu nome citado entre os intermediários de recursos a fundo perdido em programas do governo Sarney. Sua filha, quando estudante de Direito, prestou concurso para faxineira no Tribunal Regional Federal e foi nomeada para função de confiança no gabinete da presidência do TRF.
Valmir Campelo - Cearense, 53, bacharel em Comunicações, senador do PTB-DF, tomará posse no dia 13. Recebeu indevidamente, por
dois anos, gratificações do governo do Distrito Federal, interrompidas pelo TCU. Recebia auxílio-moradia do Senado, apesar de ter imóveis em Brasília. Ganhou, em primeira instância, ação contra a "Isto É", que publicou que um empresário, condenado por fraude contra o BB, teria ajudado na sua campanha para governador do DF.
(FV)

Texto Anterior: Órgão tem pouco recurso, diz presidente
Próximo Texto: Para secretaria, TCU ignorarou lei em 89
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.