São Paulo, domingo, 9 de novembro de 1997
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Programas dobram em 97

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde dobrou o número de programas de troca de seringa entre 1996 e 1997. Hoje, são 14 programas distribuídos por seis Estados, metade deles em cidades paulistas. Os outros Estados são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Mato Grosso. Dois outros projetos devem ser iniciados, em breve, no Paraná e em Mato Grosso do Sul.
Pedro Chequer, coordenador do programa nacional de DST-Aids, disse que os programas de prevenção entre usuários de drogas injetáveis são uma prioridade do ministério. Na semana passada, ao anunciar previsões sombrias para a Aids nos próximos anos, o Banco Mundial disse estar disposto a investir nos programas de troca de seringas.
Em todo o mundo, esse tipo de trabalho é conhecido como "programa de redução de danos", porque visa minimizar os males provocados pela droga. Enquanto o usuário não consegue deixar a dependência -e a maioria deles não consegue-, tenta-se criar condições para que não se infecte com o vírus do HIV. Segundo os especialistas, oferecer seringas e convencer os dependentes a se protegerem nas relações sexuais têm sido o melhor caminho.
O movimento vem crescendo tanto que está sendo criada no Brasil uma associação nacional de redutores de danos. Em março, o Brasil será a sede da 9ª Conferência Internacional de Redução dos Danos Causados pelas Drogas.
O médico Fábio Mesquita, que preside o congresso, estava à frente da primeira tentativa de troca de seringas em Santos, em 1989.
(AB)

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