São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT aprova coligação com o PDT no Rio

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O diretório estadual do PT no Rio aprovou ontem, por maioria, resolução por uma candidatura única de esquerda para o governo do Estado, mas não indicou nomes nem definiu se aceita ceder a cabeça de chapa ao PDT.
Foi uma decisão próxima do que tem defendido a direção nacional do PT, favorável à aliança nacional e estadual com o PDT. Não se resolveu, porém, o impasse sobre qual dos partidos indicará o candidato a governador.
O presidente do PDT, Leonel Brizola, tem condicionado a aliança nacional à indicação do pedetista Anthony Garotinho como candidato das esquerdas no Rio. A ruptura entre o PT e o PDT no Rio pode inviabilizar a aliança para a campanha presidencial.
Dentro do PT fluminense, a senadora Benedita da Silva e o ex-deputado Vladimir Palmeira disputam a indicação para a candidatura ao governo. Benedita tem dito que aceita ser candidata a vice-governadora na chapa de Garotinho, mas o grupo de Palmeira quer o PT na cabeça de chapa.
Benedita e Palmeira não foram à reunião de ontem. A resolução foi aprovada por 18 votos a 6. Houve seis abstenções.
Por unanimidade, foi aprovada a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva a presidente da República. As resoluções saíram depois de três horas de debate.
Foram discutidos seis documentos com três linhas de negociação: 1) a aliança com o PDT, aceitando Garotinho como candidato a governador; 2) a aliança com o PDT, dando ao PT a preferência na indicação do candidato, seja Benedita ou Palmeira; 3) a não-aceitação da aliança com o PDT.
A resolução aprovada uniu elementos da primeira e da segunda linhas: a defesa da aliança com o PDT, sem definição sobre que partido ocupará a cabeça de chapa.
O secretário-geral do PT, Arlindo Chinaglia, presente à reunião, disse que as resoluções apontam a convergência entre a direção nacional do PT e o diretório estadual e negou a ameaça de intervenção no diretório fluminense.
Uma eventual intervenção chegou a ser discutida pela direção nacional do partido, como medida extrema para forçar a aliança do PT com o PDT no Rio.
"O PT do Rio caminha para a aliança e se dispõe a debater amplamente a indicação de nomes", afirmou Chinaglia.
Partidário da candidatura de Palmeira, o ex-vereador Chico Alencar disse que o PT não pode abrir mão, antecipadamente, de indicar o candidato a governador.
"O PT tem que abrir o debate, e a decisão final só sairá em abril, na convenção", afirmou.

Texto Anterior: 'Não há hierarquia', afirma subprocurador
Próximo Texto: 'Esquerda' quer manter convenção
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.