São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 1997
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Preço afugentou os consórcios

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O desinteresse pela concessão do serviço celular privado na Amazônia se deve ao preço mínimo de venda fixado pelo Ministério das Comunicações. A opinião unânime do mercado é de que o ministério errou ao estipular o valor mínimo em R$ 200 milhões.
"O governo precisa controlar sua gula. O preço está muito alto, em comparação com os fixados para as demais regiões do país", afirma Otávio Azevedo, presidente da AG Telecom, subsidiária da Construtora Andrade Gutierrez.
Azevedo sugere que o ministério faça um leilão público para a venda da concessão (em vez do sistema de envelopes fechados adotado até agora), com um preço mínimo simbólico. "Se houver muitos interessados, os lances aumentarão de acordo com a disposição de compra dos candidatos", diz ele.
O fato de 16 empresas terem retirado cópias do edital deu a falsa impressão de que o governo teria sucesso nessa segunda tentativa de venda da concessão para o celular privado na área 8.
"Retiramos o edital para ver se o governo tinha melhorado as condições de venda", diz José Barbosa, diretor da Stelar Telecom (empresa subsidiária da construtora Norberto Odebrecht).
O segundo edital, porém, só trouxe um atrativo em relação ao primeiro: adiou o prazo para a entrada do PCS (Personal Communications System) na Amazônia. O PCS é um celular mais barato e com menor mobilidade, que faz grande sucesso no Japão e acaba de ser lançado nos EUA.
Para valorizar as concessões do celular privado (banda B), o governo se comprometeu a não vender licenças para o PCS antes de janeiro do ano 2000. Na região, esse prazo foi dilatado em dois anos.
Na avaliação do diretor da Stelar Telecom, a mudança foi muito pequena. Ele sugere outras medidas para atrair as empresas para a região: reduzir o preço mínimo da concessão, parcelar o pagamento da licença em até 12 vezes, garantir a renovação gratuita da concessão, entre outras.

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