São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 1997 |
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O grande teste pós-crash
FERNANDO RODRIGUES Brasília - O governo e o Congresso terão hoje o primeiro grande teste pós-crash global.Uma vitória na votação da reforma administrativa na Câmara dará sobrevida para a argumentação recorrente do governo -"o Brasil está bem, o problema é lá fora". Já uma derrota será devastadora. As Bolsas despencam. O flanco se abre de novo aos especuladores. Os dólares vão embora. O país enfraquece. Não há prognóstico confiável para a votação de hoje. Nem mesmo há certeza de que tudo será votado hoje. O mais otimista dos palacianos considera provável deixar alguns pontos para a Câmara votar amanhã. Num almoço dos líderes de FHC ontem, o representante do PFL, Inocêncio Oliveira, contou 323 votos a favor do governo. Sem muito entusiasmo. Estava meio quieto, Inocêncio. Sérgio Motta, o ministro político, era outro caladão -uma excentricidade. De seu quartel-general em São Paulo, o neotucano Paulo Maluf previa 70 votos a favor do seu PPB. O partido tem 79 deputados. Apertado, Maluf reduzia a previsão para 65. Nos corredores da Câmara, os governistas se darão por felizes se os pepebistas contribuírem com 50 votos. Nada impede, e é até mais provável e lógico, que o governo passe o rolo compressor e aprove a reforma administrativa. As dádivas são muitas. Aumento de salários dos deputados. Liberação de emendas. E outras coisas menos publicáveis. Só que a situação é mais incerta do que parece. Mesmo com essas promessas. O momento é grave a ponto de quase enterrar a discussão do pacote fiscal, tão chutado no Congresso. "Todas as nossas energias estão concentradas na reforma administrativa. O pacote fica para depois", dizia o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-PE). Se a reforma administrativa não passar, não haverá "depois". * Está nas TVs uma nova propaganda da Embratur. Imagens horrendas. Por que o governo faz isso ao país? Texto Anterior: A culpa é sempre dos outros Próximo Texto: Censura e liberdade Índice |
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