São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 1997
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Para os bancos, queda da taxa cobrada dos clientes será lenta

DA REPORTAGEM LOCAL

As taxas de juro dos financiamentos de bancos e financeiras devem começar a baixar a partir do próximo mês em função da decisão do governo de iniciar a redução o juro básico da economia em dezembro.
Roberto Setubal, presidente do Banco Itaú, vê como "uma surpresa positiva" para o mercado a queda dos juros.
"As medidas do Banco Central sinalizam para a reversão dos efeitos críticos causados pela crise asiática no país", afirma ele.
Setubal diz acreditar que o Brasil não enfrentará um quadro recessivo no ano que vem.
A redução dos juros para o consumidor, no entanto, não deve ser drástica, já que o corte na TBC, embora maior que o esperado, ainda é pequeno.
O mais importante, segundo profissionais do setor, é a sinalização de um cenário mais otimista, com retomada da tendência de queda dos juros.
"Para o consumidor, a redução da taxa deverá ser vagarosa", avalia o presidente da Acrefi (entidade que reúne as financeiras), Manoel de Oliveira Franco.
"O valor da prestação vai cair muito pouco, mas o efeito psicológico é importante, principalmente em época de Natal", diz o diretor do Banco Pontual e da financeira Martinelli, Paulo Isola.
Ele estima que a taxa aplicada pela Martinelli nos financiamentos de veículos poderá ceder de 4,5% para 4,0%, como consequência da redução da TBC.
"No pior momento depois que o governo dobrou os juros, alguns participantes do mercado chegaram a cobrar 7% no financiamento de veículos", lembrou Isola.
Para o presidente da Acrefi, o que proporcionará taxas menos salgadas ao consumidor é que as financeiras tendem a cortar sua "margem de defesa".
"Em cenários de instabilidade, as financeiras tendem a aplicar sobre as taxas uma margem de defesa maior. Diante dessa sinalização, haverá mais tranquilidade no mercado e essa margem tende a ser reduzida", afirma Franco.

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