São Paulo, domingo, 23 de novembro de 1997 |
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Usuário de cocaína é preso guiando bêbado
LUIS HENRIQUE AMARAL
* "Eu sempre quis ser padre, desde criança brincava de rezar missa. Nunca pensei em ser outra coisa. Me ordenei bem cedo, com 23 anos, em 85. Me achava imaturo para ser padre e fui ser missionário na África por um ano. Mas sempre gostei muito de festa. Morava em Ouro Preto (MG), onde tem show todas as noites, e eu gosto muito de música. Saía com o pessoal, bebíamos muito, também tinha muita droga, principalmente cocaína. Muitas vezes eu não voltava para a paróquia e as pessoas ficavam me procurando pela cidade. Aí eu comecei a cheirar. Eu não pensava se era pecado ou não. Nem no que as pessoas iam pensar de mim. Eu achava que a vida era minha e ninguém tinha nada com isso. Fui preso guiando bêbado algumas vezes. Os policiais não acreditavam que eu era padre, uma vergonha. Comecei a ficar com medo de morrer em um acidente. Dessa maneira, nunca me deram uma paróquia para eu cuidar. Cada vez que o padre se enchia de mim, eu era transferido. Ninguém me aguentava muito tempo. Eu sempre era o segundo e isso me incomodava. Ficava fazendo muito trabalho burocrático. As pessoas percebiam que eu bebia e muitas vezes diziam para eu parar. Fui internado algumas vezes. Meu bispo me mandou para cá e estou me sentindo bem melhor." Texto Anterior: Guerra leva freira à bebida Próximo Texto: Padres fazem parte de 'grupo de risco' Índice |
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