São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACM quer explicação de Kandir sobre verba

OSVALDO BUARIM JUNIOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), quer explicações do ministro Antonio Kandir (Planejamento) sobre a cessão de verbas do Orçamento da União para atender a municípios da base eleitoral do deputado João Leão (PSDB-BA).
ACM já fez a cobrança ao presidente da Comissão Mista de Orçamento, Ney Suassuna (PMDB-PB). Leão teria usado a sua amizade pessoal com o ministro para liberar verba de R$ 8 milhões para as suas bases na Bahia.
O senador argumentou que é inadmissível que apenas um deputado tucano tenha liberado mais recursos do que toda a bancada do PFL. Deputados governistas estão com dificuldades para liberar verbas até mesmo para suas emendas individuais ao Orçamento.
ACM está irritado com Leão porque o deputado distribuiu no Congresso levantamento mostrando que o Ceará recebeu mais verbas do que a Bahia no mandato de Fernando Henrique Cardoso.
"Se ACM é o grande defensor da Bahia, como se explica que para o governo federal um cearense valha por três baianos?", perguntou Leão. Pelas suas contas, a distribuição de verbas per capita para a Bahia é três vezes menor que para o Ceará do governador tucano Tasso Jereissati.
Leão foi coordenador da oposição baiana no rateio de verbas das emendas coletivas do Estado ao Orçamento de 1998.
Os governistas tiveram que entrar em acordo com a oposição porque a apresentação de emendas de bancada depende da assinatura de três quintos dos parlamentares do Estado e nenhum grupo político tem essa maioria na Bahia.
ACM voltou a comentar sua relação com FHC, ironizando comentários sobre sua influência no governo e o ciúme que desperta entre os políticos do PSDB.
"Se eu fosse primeiro-ministro, o presidente Fernando Henrique Cardoso me trataria melhor, como eu mereço pela ajuda que dou ao governo", disse.
Segundo o senador, a ausência de "carinho" por parte do presidente tem desvantagens, por não exercer a influência que lhe atribuem. "Mas tenho vantagens, porque, nas medidas impopulares dele (FHC), todos sabem que eu não tenho nada a ver com elas."
Perguntado sobre o acordo com FHC para assumir a Presidência em 1998, durante a campanha eleitoral, ACM desconversou. "Já recebi todas as faixas, menos a de presidente".

Texto Anterior: Líderes fazem blitz para passar reformas
Próximo Texto: Pitta paga servidor para outra prefeitura
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.