São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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A promessa para Pelé

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - "Nós vamos perder na comissão", foi a frase do ministro dos Esportes, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, há cerca de um mês, para os líderes do governo na Câmara.
Pelé se referia à dificuldade para aprovar a lei batizada com o seu nome e que moderniza o esporte no país.
Os deputados ligados ao que há de mais atrasado no futebol trabalharam com eficácia dentro da comissão especial que analisa o assunto. É dada como certa a derrota da Lei Pelé nessa comissão.
Diante do fracasso anunciado pelo ministro dos Esportes, os governistas explicaram qual será a estratégia.
Primeiro de tudo, Pelé teria de retirar o pedido de urgência para tramitação do seu projeto. O ministro aceitou. "Isso vai calar os que dizem faltar tempo para debater a lei", argumentaram os governistas.
Depois disso, seriam convidados a dar sua opinião todos os críticos do projeto. Assim está sendo. Já estiveram na Câmara pessoas tão díspares como o ex-craque Zico e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Uma vez todas essas personalidades ouvidas, virá a execução da saída heterodoxa -a promessa ouvida por Pelé dos líderes do governo que se dizem a favor do seu projeto de lei.
Eis o teor exato da promessa feita ao ministro pelos líderes governistas na Câmara, não necessariamente com estas palavras:
"Nós também achamos que a derrota é certa na comissão. Vamos pular essa etapa para que o projeto não morra ali (uma derrota na comissão sepultaria a idéia). A idéia é levar a lei diretamente para o plenário. Isso é fácil. Basta que os líderes do governo assinem um pedido de tramitação com urgência urgentíssima."
Se isso tudo vai dar certo, ninguém sabe. Ainda mais agora, que a prioridade do Congresso é votar o pacote fiscal e as tais reformas que FHC julga imprescindíveis para salvar o real.
Mas o fato é que o governo já tem até data para colocar a Lei Pelé em votação no plenário da Câmara: pode ser nos dias 3 ou 4 de dezembro.

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