São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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México vira inferno para os visitantes

JULIA PRESTON
DO "TRAVEL/THE NEW YORK TIMES"

A capital mexicana está cheia de perigos para os turistas. Furtos, assaltos à mão armada e roubo de carros atingiram proporções epidêmicas. De acordo com dados da prefeitura, o número de crimes comunicados aumentou 35% em 1995, 33% em 1996 e continua crescendo, ainda que mais devagar.
O relógio, a carteira ou o carro de um turista nunca estão completamente seguros em locais públicos. O Paseo de la Reforma, a longa alameda que cruza o centro da cidade, e a Zona Rosa, uma agradável vizinhança para passeios, estão entre as áreas mais arriscadas.
Os problemas começam no aeroporto, onde bandos de ladrões conseguiram a cooperação da polícia. Eles levam a bagagem de recém-chegados distraídos assim que deixam a alfândega e a de passageiros embarcando, até mesmo quando estes estão ao lado dos balcões das companhias aéreas.
Um ladrão desvia a atenção de sua vítima jogando chocolate quente sobre ela. Enquanto um cúmplice envergando o uniforme azul dos faxineiros finge preocupação, o ladrão leva a bolsa ou o computador do ombro da vítima.
As autoridades ainda não adotaram medidas duras para conter o sequestro por falsos táxis, apesar de o problema ter sido denunciado há mais de dois anos e o modo de operação dos perpetradores ser bastante conhecido.
Esses falsos táxis, geralmente fuscas, ficam ao longo das ruas do centro ou do bairro de Polanco. Geralmente não têm a licença de táxi, já que os carros são roubados.
Mais ou menos uma quadra após o embarque do passageiro, um ou mais assaltantes armados invadem o carro. Segue-se uma corrida aterrorizante que pode levar horas, com paradas em caixas eletrônicos para sacar dinheiro dos cartões bancários ou de crédito. Vítimas disseram acreditar que os ladrões eram ligados à polícia.
Segundo uma norte-americana, o homem que a sequestrou num desses táxis tentou acalmá-la com um curioso código de ética: "Não se preocupe, nós somos decentes. Vamos apenas roubá-la". Mas, em algumas ocasiões, vítimas foram estupradas e espancadas.
Uma nova abordagem são os manobristas. Em alguns restaurantes e teatros, homens vestidos em uniformes parecidos com os dos manobristas espreitam a fila de carros quando ela fica longa. Eles oferecem um tíquete e levam as chaves do motorista -e o carro.

Tradução de Claudio Garon

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