São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Sempre olhe para os lados em Jerusalém

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

Há um ditado que corre o bairro árabe da Cidade Velha de Jerusalém que resume bem o que o turista deve esperar na cidade que é disputada como capital secular por israelenses e palestinos e como capital divina por judeus, cristãos e muçulmanos. "Quem vem aqui tem de olhar para cima, para baixo e para todos os lados."
Para cima, para glorificar Deus nos sítios religiosos da cidade. Para baixo, uma forma cifrada de dizer o bolso -os comerciantes árabes são famosos pela lábia.
Mas é no "para todos os lados" que a coisa pega. Longe de ser prosaica, a frase lembra ao visitante que ele está num dos piores "hot spots" do planeta, um lugar onde um tiro ou estilhaço de bomba não raramente são suvenires.
Não que isso assuste muito. Tanto que a cidade atrai 2,5 milhões de turistas anualmente, mais do que o Brasil inteiro consegue.
Raramente há explosões na Cidade Velha. Lá o problema são confusões com tiroteios entre soldados judeus e moradores árabes e eventuais ataques individuais -sempre há um haredim (judeu ortodoxo) ou palestino radical pronto para arrumar barulho.
As explosões geralmente atingem os mercados. Portanto, olho aberto. O mesmo vale para os cafés. Apesar de toda a segurança israelense, nada impede que alguém resolva se explodir. A região da Jaffa Road é um alvo constante.
E nunca é demais se comportar. Fotos sem permissão, em especial de judeus ortodoxos, e roupas indiscretas em locais sacros são meio caminho para arrumar problemas.

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