São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997![]() |
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Argélia dificulta visita ao Saara
IGOR GIELOW
Mas a crise político-institucional que convulsiona o país desde 1992 (quando o governo baniu o vitorioso partido islâmico FIS), de cujo ventre saíram entre 60 mil e 100 mil mortos, também ajuda a fechar a porta para o turista. Notícias frequentes de degolas de estrangeiros e do risco a que o turista se expõe tentando visitar o país não são exageradas. Os dois principais hotéis de Argel, o El Aurassi e o El Djazir, só permitem que forasteiros hospedados sob seu teto se locomovam com a checagem total de seu serviço de segurança. Não é prudente pegar um táxi sem que alguém da polícia ou do hotel verifique quem é o motorista. Não foram poucos os estrangeiros que entraram no táxi e sumiram no começo da guerra civil. E os soldados do Exército e da polícia militarizada não inspiram confiança também -em especial depois das denúncias de que militares participaram dos recentes massacres de inocentes que chocaram o mundo ocidental. A visita O deserto oferece duas opções factíveis de turismo. A principal é Tamanrasset, no extremo sul do país, onde existe uma infra-estrutura hoteleira razoável. É o deserto dos filmes idílicos, com oásis, dromedários, dunas e mais dunas. E ainda conta com a estrutura tradicional para os visitantes, com shows de odaliscas para turista ver nos hotéis à noite e cafés supostamente tuaregues -como se os tuaregues, povo nômade, estabelecessem bares. Mas as imagens são impressionantes. Longe da capital, o controle militar diminui, e o risco de ataque de militantes islâmicos extremistas é bem reduzido. Outra opção, mais radical e menos acessível, é visitar o Saara árido e não tão belo (turisticamente), da região sudoeste da Argélia. É a região dominada pela Frente Polisario, grupo que montou uma nação no exílio para preparar sua eventual volta àquele que foi o Saara Espanhol -um território em litígio com o Marrocos. É possível ir para lá em grupos, mas o conforto é mínimo, e a água, contaminadíssima. As idas são organizadas pela embaixada da Polisario em Argel, com direito a visitas a campos de refugiados. A passagem de avião até Tindouf, cidade mais próxima, custa US$ 315, e o risco de qualquer ataque é bem baixo. O problema é sair de Argel e seus perigos. (IG) Texto Anterior: Sempre olhe para os lados em Jerusalém Próximo Texto: Tarifa de embarque motiva reclamações Índice |
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