São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 1997
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Templo de Karnak é o melhor de Luxor

Antiga Tebas, cidade é estância sossegada

SÉRGIO DÁVILA
DO ENVIADO ESPECIAL AO EGITO

Se um dos motivos de a viagem ao Egito valer a pena são as pirâmides, eis o outro: Luxor, no sul. A antiga Tebas ganhou esse nome a partir da corruptela do árabe Al Uqsor (os palácios).
A cidade é em tudo magnífica, uma sossegada estância que não lembra Cairo ou Alexandria, as metrópoles do norte.
É ali que ficam os templos de Luxor e Karnak, e, se tiver só um dia, escolha passá-lo inteiro em Karnak. É o maior templo religioso faraônico jamais feito e foi sendo construído ao longo de 2.000 anos, por diferentes reinados.
Resultou numa coleção de estilos, deuses e homenagens, no que poderia ser chamado de mostruário da genialidade faraônica.
À noite, há um espetáculo batizado de "Luzes e Sons de Luxor", piegas até não mais poder.
Quase como um parêntese entre os palácios da cidade e as tumbas do vale dos Reis, está o colosso de Memnon. Uma visita rápida resolve a questão, mas é esquisito olhar para o monumento.
São duas estátuas de Amenófis 3º, de 20 metros de altura, que guardam o nada, um campo vazio onde um dia foi a gigantesca tumba do faraó.
Shisha
Na parte nova e feia de Luxor, longe dos templos, no comércio, está a gente local. E um café, onde os homens sentam para beber chá com hortelã e fumar a shisha.
Trata-se de um narguilé sobre o qual se coloca um fumo local, o meassel, que pode ser aromatizado com maçã e que passa por água ou cerveja quando tragado.
É possível fazer o mesmo no Cairo, no café El Fishawy, na feira de Khan El-Khalili, o mais antigo da cidade, ou no pega-turista Naguib Mahfouz Coffee, no mesmo lugar.
Mas ali, no centro de Luxor, a alguns passos dos templos, a coisa parece mais "autêntica", além de mais barata -3 libras egípcias (cerca de US$ 1) contra 10 libras egípcias no Cairo.
E a shisha pobre de Luxor vem com o menino esperto pintando até sua mesa, para pegar a brasa, e não com os filtros descartáveis e o fogo perfeitamente aceso e simétrico da cidade grande.
Sentar, relaxar e fumar a shisha, bebendo chá com hortelã, é uma das boas sensações da viagem.
Mas não tenha idéias diferentes. Ao descer no aeroporto do Cairo, está lá o aviso: "A pena para quem manipula ou usa drogas no Egito, além de multa de 500 mil libras egípcias, pode chegar à prisão perpétua ou ao enforcamento".

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