São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Buaiz ameaça entregar a chave do Estado por causa do pacote

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador do Espírito Santo, Vitor Buaiz (PV), disse ontem que seu Estado entrará em "falência total" caso o governo federal determine o fim dos incentivos fiscais para as empresas que operam no porto de Vitória.
"O único jeito é entregar a chave para o governo federal ou para o bispo", afirmou Buaiz em São Paulo.
Segundo Buaiz, as empresas que se beneficiam da renúncia fiscal no Estado são obrigadas a reinvestir lá parte do dinheiro da isenção.
Com o fim do programa, argumentou, seria inevitável o colapso da economia capixaba. "Não vejo sensibilidade nenhuma do governo federal para resolver o problema", declarou.
Estabilidade
Depois de travar uma batalha que lhe custou a saída do PT por causa da disposição de enxugar a máquina do Estado, Buaiz afirmou ontem que a quebra da estabilidade para o funcionalismo não terá grande significado.
"A reforma administrativa veio tarde", declarou o governador. Para ele, o governo federal não acompanhou o esforço das administrações estaduais. "Se a reforma viesse antes, teríamos condições melhores para barganhar com os sindicatos de servidores", afirmou.
A principal queixa de Buaiz é sobre a impossibilidade de reduzir os salários do Judiciário. A média salarial do funcionalismo do Espírito Santo, ainda de acordo com Buaiz, é de R$ 1.150,00, "a maior do país", por causa do custo dos servidores do Judiciário.
Com dois meses de atraso no pagamento do funcionalismo, Buaiz vai tentar diminuir a folha com uma nova tentativa de implantar um plano de demissões voluntárias.
Na primeira tentativa de incentivar as demissões, cerca de 800 servidores aceitaram se desligar do quadro estadual, número considerado decepcionante por Buaiz. "Não posso é cortar nas áreas sociais."
"Se a quebra da estabilidade viesse antes, a negociação seria muito mais fácil para os governos estaduais", disse.
Ciro
O governador defendeu que o PV faça parte da coligação que vai tentar eleger Ciro Gomes (PPS) à Presidência da República em 98.
Buaiz, que quando pertencia ao PT era ligado a Luiz Inácio Lula da Silva, descartou a possibilidade de apoiar o petista. "O melhor é lançar uma candidatura de centro-esquerda com PSB, PPS e PV", disse.

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