São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PSB e PDT reforçam cobrança sobre Lula

Arraes defende outro nome e Brizola quer pressa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE; DA REPORTAGEM LOCAL

Agência Folha, em Porto Alegre
O presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Miguel Arraes, atacou ontem a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República e defendeu o lançamento do governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), como candidato de centro-esquerda.
"Se buscássemos uma candidatura de esquerda, o Lula seria o candidato natural. Mas estamos lutando por uma candidatura de centro-esquerda", disse Arraes.
Ele afirmou que Buarque é seu preferido no PT. "A gente tem mais condições de negociar com o nome dele." A cúpula socialista se reuniu em café da manhã no Carlton Hotel, em Brasília.
O governador Cristovam Buarque disse que recebe "com satisfação" a avaliação do PSB, mas afirmou que vai continuar lutando pela candidatura de Lula.
"Se ele não for candidato, e o partido me escolher, eu posso ser candidato à Presidência, como poderei concorrer à reeleição no Distrito Federal", afirmou.
O PSB realiza o 6º Congresso Nacional de hoje a domingo em Brasília. Arraes, que deverá ser reeleito presidente do partido, disse que não serão definidos nomes nem coligações no encontro.
Já o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, voltou a criticar ontem, em Porto Alegre, a demora de Lula em definir sua candidatura. Brizola disse ser um "grave erro deixar tudo para a última hora". O certo, segundo ele, seria definir os nomes da frente e iniciar a campanha "com tempo".
O pedetista disse que FHC está "em plena campanha, porque tudo o que ele faz é campanha política". Declarou que o presidente é apoiado pela maioria do Congresso, por grandes grupos econômicos e, "em geral, pela mídia".
A pressa de Brizola é compartilhada por Valter Pomar, um dos vice-presidentes do PT, que acusou ontem o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) de querer dar "um presente de Natal para FHC" ao insistir em adiar a convenção extraordinária do partido, marcada para os dias 13 e 14 de dezembro.
Cunha, aliado de Lula no PT, respondeu que quer criar condições para Lula disputar com chance de vitória. "Tenho um grau de responsabilidade com o partido e a população. Quem não tem, como o Valter, atira para qualquer lado."
Alheio às cobrança, Lula disse ontem que as oposições "têm todo o tempo do mundo" para definir candidatura única à Presidência.
"Quem disse que lançar candidatura com muita antecedência é vantajoso? Eu não penso assim", declarou Lula.
Ele está em Porto Alegre para participar hoje, junto com Brizola, da "Marcha dos Sem" (sem-terra, sem-moradia, sem-emprego, sem-educação e sem-saúde).

Colaborou a Reportagem Local

Texto Anterior: Um novo projeto de governo
Próximo Texto: Roseana antecipa novo casamento com Murad
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.