São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Luciano Callegari se afasta do SBT por quatro meses

DA REDAÇÃO

Luciano Callegari, consultor artístico operacional do SBT, está afastado da emissora desde a última segunda-feira e só deverá voltar dentro de quatro meses.
Oficialmente, ele tirou férias. Há, porém, rumores de que o afastamento seria definitivo e mais uma etapa no processo de reestruturação administrativa do SBT, iniciado por Silvio Santos no começo deste ano.
"Estou licenciado sim, mas nada além disso. Como Silvio está mais presente, eu me ausento", disse Callegari ontem à Folha. Consultor do SBT desde setembro, antes era um dos homens-fortes da rede, ocupando o cargo de superintendente artístico operacional.
A Folha apurou ontem que, com o afastamento de Callegari, ganham mais espaço junto a Silvio Santos o assessor Rick Medeiros e o consultor norte-americano Bob Morse.
A saída temporária facilitaria, ainda, a demissão por Silvio Santos de gerentes que trabalhavam na emissora desde os primeiros anos, na década de 80, e estavam sob a influência de Callegari. Pelo menos oito deles já foram dispensados esta semana.
"Ninguém manda merda nenhuma lá", disse Callegari. "Vai ver se alguém assumiu. Assumiu? Só quem manda lá é o próprio Silvio Santos."
Em entrevista há dois dias, Callegari havia dito à Folha: "De um programa de TV, nós (ele e Silvio Santos) fizemos uma rede. Se não existíssemos nós dois, não existiria o SBT".
Callegari afirmou que a direção da emissora está procurando um vice-presidente, que responderia diretamente a Silvio Santos e cuidaria da área administrativa da empresa.
Não existe tal cargo atualmente no organograma do SBT. "Será alguém novo, muito provavelmente de fora da TV e certamente de fora da empresa."
O afastamento de Callegari e as recentes demissões não são motivo isolado na crise administrativa pela qual passa o SBT. Na prática, todos os diretores perderam poder na emissora.
Há pouco menos de um mês, Santos resolveu fazer valer o plano de centralizar todas as decisões e passou a frequentar diariamente a sede, na Anhanguera, onde acompanha a gravação de novos programas.
Uma de suas últimas ordens foi suspender o "uso banal" de qualquer um dos dois helicópteros da casa. "O helicóptero é para ser usado pelo jornalismo", teria dito. Não para transportar convidados de programas ou diretores da emissora, como chegou a acontecer algumas vezes.
A Folha procurou ontem alguns diretores do SBT, obtendo resposta comum de todos: "Só Silvio Santos está autorizado a falar com a imprensa".
O presidente do Grupo, Luís Sandoval, informou por sua secretária que "não falará com a imprensa ainda".

Texto Anterior: Cura de Vera Fischer preocupa terapeuta
Próximo Texto: Castro diz não se lembrar de acidente
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.