São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Para rir e chorar

JUCA KFOURI

A maior façanha da fase semifinal do Campeonato Brasileiro coube ao Palmeiras de Luiz Felipe Scolari, cada vez mais parecido com o Grêmio de Luiz Felipe Scolari.
Ganhar do Galo naquele Mineirão lotado revela dois aspectos que vão virando tradição na história recente de nosso futebol: a capacidade do técnico gaúcho em montar equipes competitivas, que fazem apenas o suficiente para vencer, e a fragilidade psicológica da equipe mineira na hora de decidir.
Responsabilizar o árbitro pelo resultado não resiste a qualquer análise isenta, até porque o tão reclamado pênalti não passou de um agarra-agarra mútuo dentro da área palmeirense.
O fato objetivo é que o Palmeiras foi o primeiro a vencer fora de casa no grupo que reúne os quatro times mais equilibrados da competição, e esses três pontos devem ser decisivos para pôr o clube em mais uma final nacional.
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Foi uma semana trágica para a Lusa. Prejudicada pela arbitragem diante do Vasco no Maracanã na quarta, na quinta esta Folha revelou detalhadamente, em mais um gol do repórter Marcelo Damato, como são feitas as vendas dos craques brasileiros para o exterior. Um escândalo.
O caso de Zé Roberto mostra a ponta de um iceberg que, aliás, a Receita Federal está empenhada em conhecer profundamente -e é a razão principal para a cartolagem não querer ouvir falar em clube-empresa e profissionalização de dirigentes.
Acostumados a tratar os clubes como se fossem deles, os cartolas se dão ao luxo, como também faz o presidente da Lusa, de usar a máquina para se perpetuar no poder.
O "Lusa News", por exemplo, virou jornal de campanha do grupo de Manuel Gonçalves Pacheco.
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Se o Juventude mostrou que há limites para os milagres de Paulo Autuori (desafiado a fazer do Flamengo campeão mesmo sem ataque), o Santos de Wanderley Luxemburgo passou dos limites ao enfiar quatro gols no fechado Inter.
Pena que Luxemburgo os tenha também ultrapassado ao explodir contra o árbitro Cerdeira, embora, de fato, tudo que a Casa Bandida não queira seja ver o Santos de Pelé campeão brasileiro.
E por motivos óbvios.
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Romário ou Bebeto?
É como perguntar se você prefere rir ou chorar.

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