São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997
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Diretor diz estar cansado de sangue

AG
DA ENVIADA ESPECIAL

A trama fascinante em que se envolve o personagem de Andy Garcia no filme "Coisas para Fazer em Denver quando Você Está Morto" garantiu ao cineasta norte-americano Gary Fleder um contrato com a Paramount para dirigir "Beijos que Matam", que estréia hoje.
Em conversa com a Folha em Los Angeles, Fleder afirmou que, por estar cansado de ver tanto sangue no cinema, escolheu fazer um filme onde a violência é apenas sugerida. "Gosto de construir o suspense, sem mostrar tudo", diz ele.
Segundo o cineasta, a idéia, ao dirigir "Beijos que Matam", foi voltar a fazer filmes como na década de 70.
"'Tubarão' (de Steven Spielberg), por exemplo, é um filme intenso e que dá muito espaço para a imaginação do público", afirma o cineasta.
Essa opção por não entregar tudo mastigado para o público já aparecia em "Coisas para Fazer...", como na cena em que o personagem de Andy Garcia mata um homem no momento em que lhe dá um abraço.
Para Fleder, é importante ainda permitir que o público se aproxime, literalmente, do personagem, como na perseguição da médica Kate Mctiernan (interpretada por Ashley Judd) na floresta.
"Quis fazer a cena quase como num documentário, com a câmera em punho seguindo Judd e tendo a respiração e o som de seus passos como trilha sonora, em vez de utilizar uma música de suspense", explica Fleder.
Mulher forte
Outra prioridade do diretor foi fazer um filme em que a personagem feminina fosse forte e tivesse capacidade para vencer o vilão.
"Kate não é uma heroína de ficção, e sim uma mulher normal que pratica 'kickbox'", diz ele.
"E o vilão Casanova não odeia as mulheres", continua. "Ele as adora e quer conquistá-las para poder controlá-las. Usa com suas vítimas o mesmo discurso que os homens americanos usam com suas namoradas."

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