São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 1997 |
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Filme de Figgis une Snipes e Nastassja Kinski em adultério
LN
O talento múltiplo do diretor impressiona. Compositor jazzístico (as trilhas de seus filmes são, em geral, assinadas por ele), Figgis entrou no teatro na condição de músico, passando à atuação e direção. As peças que escreveu o levaram a encomendas de filmes para a TV. Daí sua derivação para o cinema. Aliás, o roteiro parece a parte mais trabalhada de "One Night Stand". Vários caminhos são tentados no tratamento do velho tema da infidelidade conjugal, tendo ao centro personagens interpretados pelo galã negro Wesley Snipes e por uma Nastassja Kinski mais loira do que nunca. A principal qualidade da abordagem é a forma direta com que se apresentam as relações inter-raciais. O diretor de comerciais Max (Snipes) é casado com uma sino-americana (Ming-Na Wen). Ambos interagem com total naturalidade na sociedade branca americana. Afastado o problema da raça, resta introduzir algo mais para tornar interessante a trama. Figgis tenta um início anti-ilusionista, com Snipes andando na rua e explicando seu personagem para a câmera. Mas o recurso brechtiano é logo abandonado, servindo só para revelar a canastrice de Snipes, que não consegue ser outra coisa senão ele mesmo. Outro erro se comete com a bela Nastassja Kinski, transformada em personagem etéreo e tentador, ao qual cabem raras falas. A atração adúltera entre ela e Snipes deveria ser arrebatadora, mas, talvez pela economia de diálogos -um dos trunfos do roteiro-, o espectador não sente a corrente passar. Texto Anterior: Londres homenageia montadora de Scorsese Próximo Texto: Wim Wenders apresenta seu thriller meditativo Índice |
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