São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997 |
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De todo coração
NELSON DE SÁ
- Presidente, quando o pacote foi anunciado, gerou expectativa favorável fora do país. O senhor não teme que isso repercuta agora... - Eu não temo nada!, porque eu não estou recuando nada. Veja, entenda bem isso. Se não for 20 bilhões, aí houve recuo. Se for 20 bilhões, não houve recuo nenhum. FHC poderia ter sido menos hostil, sobretudo com a frágil Ana Paula Padrão. Depois reabilitou-se, com troca de sorrisos e meiguice. Mas ficou a imagem. Em toda a coletiva, ao vivo na Manchete e na Globo News, não era o conhecido presidente seguro, convicto do que está fazendo e falando. Explicou mal as mudanças do pacote fiscal, foi confuso, contraditório. Agradeceu exageradamente a ACM, em momentos diversos: - Nós tivemos um apoio muito grande do presidente do Congresso, senador Antônio Carlos... Agradecemos, agradecemos de todo coração, às sugestões do PFL, do senador Antônio Carlos... Aceitou até a retórica de ACM em favor da "classe média". Declarou que o senador tinha "razão". No seu mais direto -e talvez mais significativo- momento na entrevista: - No fragor da batalha, dos debates, muitas vezes dá a impressão de que as coisas são muito difíceis. Mas quando a gente se senta à mesa há pensamento nacional. Há vontade cívica... * Pobre PSDB, que apostou que o presidente, ainda nominalmente um tucano, desta vez seria impassível. Os tucanos saíram dizendo que nada mudaria no pacote. FHC cedeu no Imposto de Renda, cedeu nos incentivos ao Norte e Nordeste e cedeu nos incentivos à Zona Franca. Em tudo, cedeu. E os tucanos eram objeto de piada, ontem. Mais uma vez. Texto Anterior: Redutor tenta compensar derrota governista Próximo Texto: Teto pode ser menor, diz Bresser Índice |
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