São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997 |
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'A responsabilidade é do IML', diz assessor do PAS
DA REPORTAGEM LOCAL O coordenador de comunicação da Secretaria Municipal da Saúde, Orlando Magnoli, disse ontem que a responsabilidade pela troca dos corpos é do IML."Os corpos estavam devidamente identificados no necrotério do hospital. O carro do IML passou lá e levou o errado", afirmou. Magnoli, no entanto, disse que o hospital está apurando se algum funcionário contribuiu para que o engano ocorresse. Segundo o coordenador, o hospital também está apurando se houve desrespeito dos funcionários com as famílias das mortas. Rita de Cássia, neta de Angelina, disse que os funcionários se negavam a dar qualquer esclarecimento e alguns até riram da situação. "Eles (os funcionários) estavam na recepção comendo pizza e pastéis como se nada estivesse acontecendo", disse Rita. "Ninguém tem o direito de tratar mal as famílias dos pacientes. Se isso realmente aconteceu, serão tomadas medidas punitivas", afirmou Magnoli. O médico chefe de medicina legal do IML, Paulo Vasques, afirmou que o instituto também está apurando se o engano foi dos funcionários do carro de cadáver, ou se o hospital apresentou o corpo errado. O diretor do SVO, Carlos Augusto Pasqualucci, disse que todos os setores envolvidos deveriam melhorar seu sistema de controle para evitar erros desse tipo. "O equívoco começou no hospital. O sistema de transporte do IML não deveria confiar na instituição que está entregando o corpo. E nós, do SVO, temos de ficar mais atentos quanto aos corpos que chegam ao nosso serviço", afirmou Pasqualucci. Reconhecimento Pasqualucci afirmou que, a partir de hoje, vai adotar a prática do reconhecimento dos corpos pelas famílias antes de fazer autópsias. Segundo Pasqualucci, o motivo pelo qual a autópsia foi feita numa mulher branca, de 89 anos, sendo que na ficha estava qualificada uma negra, de 58, é que a cor e a idade não são critérios totalmente confiáveis para distinção. "A cor, muitas vezes, é informada erroneamente. Em relação à idade, uma pessoa de 80 anos pode aparentar 60, e uma de 50 anos pode aparentar 70", afirmou. Quanto à reclamação de Rita de Cássia sobre a recusa do funcionário do SVO liberar o corpo de Angelina sem a apresentação de um BO, Pasqualucci disse que, teoricamente, o funcionário agiu certo. "Nenhum corpo pode entrar aqui sem o boletim. O único BO que existia era o da outra mulher", afirmou o diretor. Por fim, Pasqualucci disse que entende a insatisfação da família de Angelina em relação à autópsia ter sido feita sem necessidade. "As famílias dos mortos normalmente já têm restrição à realização de autópsia, mesmo quando ela é necessária", disse. Pasqualucci diz, no entanto, que o trabalho é feito com critérios para que a estética do corpo não seja afetada para o velório. Texto Anterior: Corpos são trocados dentro de hospital Próximo Texto: Mãe acusada de morte recebe habeas corpus Índice |
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