São Paulo, sábado, 29 de novembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

74% dos alunos estão no 1º grau

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O fundão foi a estratégia encontrada pelo atual ministro da Educação, Paulo Renato Souza, para priorizar recursos para o ensino fundamental (1º grau).
Exige que Estados e municípios constituam fundos estaduais com 15% da arrecadação fiscal e das transferências que receberem. Significa que esse nível de ensino passará a receber, no ano que vem, cerca de 60% de tudo que é hoje gasto com educação pública no país -de creche a universidade.
Faz sentido, porque hoje, dos 46 milhões de estudantes brasileiros em escolas públicas, 34 milhões deles (74%) estão no ensino fundamental -segundo o censo.
Mas o censo de 97 revela alguns problemas que poderão atrapalhar o sucesso do fundão.
O primeiro, e mais grave, é a possibilidade de haver "inchaço" de alunos em alguns locais. O básico para o fundão funcionar é sua credibilidade.
Um estudo do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o "caixa" do MEC) mostra que, com o fundo, cerca de R$ 2,5 bilhões vão mudar de mãos -20 Estados terão de dar dinheiro a municípios.
Isso não agrada aos governadores e as possíveis falhas serão usadas como munição contra o fundo. O outro problema é o crescimento sem precedentes do ensino médio (2º grau). O fundão vale por dez anos, mas antes disso poderá faltar dinheiro para atender todos os que concluem o ensino fundamental.
(FR)

Texto Anterior: Ensino médio teve maior alta
Próximo Texto: Conceitos A e B no provão dão privilégio a universidades
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.